O governo dos Estados Unidos, sob liderança do presidente Donald Trump, abriu nesta terça-feira (15) uma ofensiva comercial contra o Brasil, com uma investigação baseada na Seção 301 da Lei Comercial norte-americana. O documento, assinado pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), acusa o país de adotar práticas comerciais “injustas” — e chega ao ponto de incluir o Pix e o tradicional centro comercial da rua 25 de Março, em São Paulo, como supostas ameaças à competitividade americana.
A medida vem dias após Trump anunciar uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, e tem como pano de fundo não apenas questões econômicas, mas também políticas. O texto menciona disputas judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e critica o tratamento dado por autoridades brasileiras a plataformas digitais americanas, sugerindo retaliação por “censura”.
“O Brasil será responsabilizado por prejudicar empresas, trabalhadores e inovadores americanos”, declarou o embaixador Jamieson Greer, chefe do USTR, ecoando a retórica agressiva da Casa Branca. Segundo ele, a investigação atinge desde práticas digitais até a política ambiental brasileira.
Entre os alvos listados pelos EUA estão:
Pix: Acusado de favorecer um sistema estatal de pagamentos em detrimento de concorrentes americanos;
Rua 25 de Março: Apontada como símbolo da pirataria no Brasil;
Etanol: Reprovação à tarifa aplicada ao combustível norte-americano;
Propriedade intelectual e corrupção: Críticas à suposta ineficiência brasileira em proteger patentes e combater subornos;
Desmatamento: Alegações de que a inação do Brasil prejudica produtores agrícolas dos EUA.
A acusação é considerada grave, já que a Seção 301 permite ao governo americano adotar sanções comerciais unilaterais. No entanto, o próprio relatório do USTR admite que nenhuma prova concreta foi apresentada até agora.
A investida pode escalar a tensão diplomática e gerar prejuízos bilionários ao Brasil, especialmente em setores de exportação como agronegócio, energia e tecnologia. Para analistas, Trump usa o Brasil como alvo simbólico para reforçar seu discurso protecionista em ano eleitoral.
Especialistas apontam que a medida coloca em risco não só as relações comerciais entre os dois países, mas também o papel do Brasil no cenário digital e ambiental internacional. Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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*Com informações Metrópoles