Sexta, 18 de Julho de 2025

Moraes impõe tornozeleira e silêncio a Bolsonaro para evitar “fuga do país”

Ministro do STF aplica medidas drásticas ao ex-presidente, incluindo recolhimento domiciliar, proibição de redes sociais e até veto de contato com o próprio filho

18/07/2025 às 10h43
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), escalou ainda mais a pressão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao autorizar, nesta sexta-feira (18), nova operação da Polícia Federal contra ele, com mandados de busca e apreensão, além da imposição de uma tornozeleira eletrônica e severas restrições pessoais. As medidas, que incluem recolhimento domiciliar noturno e em tempo integral nos fins de semana, foram justificadas por Moraes sob o argumento de que há risco de fuga do país — hipótese que o próprio Bolsonaro negou veementemente.

Segundo Moraes, Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado de forma “conjunta, consciente, dolosa e ilícita” para tentar submeter o Supremo “ao crivo de outro Estado”, por meio de “negociações espúrias e criminosas”. A decisão também proibiu Bolsonaro de manter contato com diplomatas estrangeiros e, em uma medida que causou perplexidade até entre críticos do ex-presidente, até mesmo com o filho Eduardo, atualmente nos Estados Unidos.

Além da tornozeleira e do isolamento, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais — sua principal ferramenta de comunicação com a base. “É minha única forma de defesa, e agora estou sendo sufocado”, lamentou o ex-presidente, chamando as imposições de “suprema humilhação”. Ele reforçou que não cogita sair do país, nem buscaria refúgio em embaixadas: “Nunca pensei em sair do Brasil”.

Na casa do ex-presidente, localizada no Jardim Botânico (DF), agentes apreenderam US$ 14 e R$ 7 mil. Bolsonaro declarou que o dinheiro é lícito e que os valores serão informados à Receita Federal. “Todo dólar que tenho tem recibo do Banco do Brasil”, garantiu.

Bolsonaro voltou a denunciar o que considera ser uma perseguição política. Para ele, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) é frágil e baseada apenas em “suposições”. “Nada me coloca em plano golpista algum”, declarou.

A escalada das ações judiciais contra Bolsonaro levanta críticas entre juristas e apoiadores, que apontam um suposto abuso de autoridade por parte de Moraes e uma tentativa de constrangimento público do ex-presidente. A decisão do ministro reacende o debate sobre os limites da atuação do Judiciário e o papel político do Supremo nas disputas institucionais do país.

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*Com informações CNN

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