A inclusão do ministro Alexandre de Moraes na lista de sancionados pelos Estados Unidos elevou drasticamente a tensão entre Brasília e Washington, mergulhando o governo Lula em mais uma crise diplomática com repercussões explosivas. A sanção, aplicada sob a Lei Global Magnitsky, não é apenas simbólica: ela isola Moraes de qualquer operação ligada ao sistema financeiro internacional e pode atingir em cheio instituições brasileiras.
Especialistas alertam que a medida pode provocar um terremoto jurídico no país. Caso o Supremo Tribunal Federal tente garantir direitos bancários a Moraes em território nacional, bancos como Bradesco e Itaú — com operações nos EUA — correm o risco de sofrer punições severas, incluindo multas e bloqueios. O alerta já foi dado por analistas políticos e acadêmicos: se o STF insistir, o sistema bancário brasileiro poderá pagar a conta.
A ação americana é uma reação direta à atuação de Moraes no Judiciário. O Departamento do Tesouro dos EUA acusa o ministro de autoritarismo, perseguição política e censura. Ele é agora visto internacionalmente como símbolo de repressão e arbítrio — uma imagem que contrasta com a postura diplomática que o governo Lula tenta projetar no exterior.
A sanção chega no pior momento possível: no mesmo dia em que Trump oficializou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. A retaliação econômica escancara o colapso da relação entre os dois países, que há pouco mais de um ano celebravam 200 anos de parceria diplomática.
O governo Lula, por sua vez, parece acuado. A estratégia de resposta tem oscilado entre bravatas e improvisos. O presidente chegou a ironizar Trump com uma proposta de presente de jabuticaba — gesto mal recebido em Washington. Enquanto isso, o plano de contingência elaborado por Haddad e Alckmin para proteger empresas brasileiras ainda está longe de uma solução concreta.
Para analistas de política internacional, os EUA já não enxergam o Brasil como parceiro confiável, mas como território onde “forças inimigas” têm encontrado abrigo. Nesse novo cenário, Moraes não é um caso isolado, mas um alerta: outras autoridades brasileiras podem ser os próximos alvos da Lei Magnitsky.
A crise vai muito além do campo diplomático. Ela desafia a estabilidade jurídica, expõe a fragilidade do sistema financeiro e coloca em xeque a autoridade do STF diante do direito internacional. Mais do que nunca, o Brasil se vê pressionado entre as decisões de sua Corte e as consequências de um isolamento global que pode estar apenas começando.
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*Com informações Gazeta do Povo