A crise institucional envolvendo o ministro Alexandre de Moraes ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (30), após uma entrevista bombástica do ex-assessor do TSE, Eduardo Tagliaferro, à revista Timeline. Refugiado na Itália desde 2024, Tagliaferro acusa diretamente Moraes de ter ordenado investigações e monitoramentos seletivos contra pessoas ligadas exclusivamente à direita durante as eleições de 2022.
“Eu tenho bastante coisa (…) tem algumas coisas fraudulentas. Ele vai assistir e sabe do que estou falando”, declarou o ex-assessor, que também chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), estrutura criada no TSE para combater fake news durante o pleito.
Segundo ele, todas as ordens recebidas envolviam o rastreamento de perfis conservadores, e nunca houve qualquer monitoramento de figuras da esquerda. Para Tagliaferro, havia um “grande conluio” operando em Brasília, onde agentes públicos atuavam de forma coordenada para interferir no processo eleitoral.
O ex-servidor revelou ainda que não apagou documentos que supostamente comprometeriam figuras centrais da Justiça Eleitoral, incluindo arquivos que envolvem até a Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele diz que pretende apresentar esse material a autoridades internacionais, em um esforço para denunciar o que classifica como abusos de poder e manipulação institucional no Brasil.
Desde 2024, Tagliaferro é investigado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional, após o vazamento de conversas internas do TSE. Mas, para ele, a real motivação da investigação seria a tentativa de silenciá-lo.
Com as denúncias, o clima nos bastidores do Judiciário é de forte constrangimento. O episódio deve reforçar o desgaste já existente entre ministros e membros da direita política, além de provocar novos questionamentos sobre a atuação do TSE nas eleições passadas.
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*Com informações Pleno News