Segunda, 04 de Agosto de 2025

Brasil reage a Trump: Mauro Vieira rejeita “chantagem” e diz que Constituição não está à venda

Em meio à escalada de tensão com os EUA, chanceler afirma que tentativa de golpe foi derrotada e que soberania brasileira “não é moeda de troca”

04/08/2025 às 12h14
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Em discurso contundente nesta segunda-feira (4), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mandou um recado direto diante das pressões externas e da recente crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Sem citar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, o chanceler afirmou que a Constituição brasileira “não está em mesa de negociação” e que a soberania nacional “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”.

A fala ocorreu durante a cerimônia pelos 80 anos do Instituto Rio Branco, dias após Trump oficializar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em mais um episódio de confronto econômico e diplomático entre os países.

Vieira ressaltou que o Brasil derrotou, com suas instituições, uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e que os responsáveis estão sendo julgados com total respeito ao devido processo legal. "Nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar. A Constituição cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação", afirmou.

Em tom firme, ele ainda criticou “ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras” e disse ter orgulho de defender a soberania nacional.

A escalada das tensões teve mais um capítulo após Lula declarar, na última sexta-feira (1º), que está aberto ao diálogo, mas que o Brasil precisa ser respeitado. “Os Estados Unidos são grandes, bélicos e poderosos, mas não somos uma republiqueta”, afirmou o presidente.

Seguindo a mesma linha, Mauro Vieira reforçou que a diplomacia brasileira buscará o diálogo, mas com firmeza: “Queremos usar todas as palavras do dicionário para negociar soluções (...). O Brasil defende o multilateralismo porque a alternativa a ele é o arbítrio unilateral e a lei da selva”.

A resposta brasileira evidencia que o governo Lula, embora aberto à negociação, não pretende ceder diante do que considera pressões inaceitáveis de uma potência estrangeira — especialmente quando o embate envolve a soberania e a ordem democrática do país.

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*Com informações CNN

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