O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não pretende ceder à pressão política nem aos questionamentos internos da Corte. A decisão que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue inabalável, e Moraes já deixou claro a seus auxiliares: não vai recuar.
Apesar de uma ala do STF considerar a medida “exagerada” e “desnecessária” neste momento, o relator da investigação sobre a suposta tentativa de golpe ainda conta com o respaldo da maioria do colegiado – especialmente os ministros da Primeira Turma. Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia têm seguido o voto de Moraes, enquanto Luiz Fux, embora mais cauteloso, também não se opôs frontalmente.
Nesta quarta-feira (6), o decano Gilmar Mendes negou qualquer fissura na Corte e reafirmou o apoio ao colega: “O Alexandre tem toda a nossa confiança e o nosso apoio”, afirmou durante evento do Instituto Esfera Brasil, em Brasília.
A defesa de Bolsonaro, que deve entrar com recurso, aposta na tese de que não houve descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente. Moraes, no entanto, está convencido do contrário e, segundo interlocutores próximos, há mais chance de a prisão domiciliar ser convertida em preventiva do que o ministro voltar atrás e aliviar a situação do ex-presidente.
Nos bastidores, o cerco se fecha. A insistência de Moraes em manter a punição a Bolsonaro revela que o clima no STF, apesar das divergências pontuais, caminha para endurecimento. A Suprema Corte, ao menos por ora, demonstra que não pretende dar margem para recuos em casos que envolvam ataques às instituições.
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*Com informações CNN