Quinta, 14 de Agosto de 2025

Pressão de Trump e família Bolsonaro põe Supremo à beira do limite

Ministros estudam estratégias para blindar bancos brasileiros de sanções e reduzir influência externa sobre decisões internas

13/08/2025 às 12h16
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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As constantes ameaças da família Bolsonaro e de porta-vozes de Donald Trump aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm esgotado a paciência da Corte. Segundo relatos internos, até os magistrados mais contidos consideram inaceitável que recados intimidatórios cheguem todos os dias, exigindo cumprimento de demandas sob ameaça.

Fontes ouvidas afirmam que há consenso sobre a necessidade de dar um basta na “infantilização coletiva” — situação em que ou se atende às exigências externas, ou há retaliação. Uma das alternativas discutidas é a reciprocidade: caso bancos brasileiros sejam punidos pela Lei Magnitsky, instituições estrangeiras que operam no país seriam alvo de medidas equivalentes.

A resposta oficial está sendo elaborada por ação protocolada pelo PT, que busca impedir punições a bancos brasileiros que mantenham contas de sancionados pela Magnitsky. Com oito dos onze ministros no radar de Trump, o STF considera necessário congelar qualquer efeito da medida, forçando as instituições financeiras a escolherem seu posicionamento.

O caso também trouxe à tona debates sobre a dependência do sistema financeiro brasileiro da Amazon Web Services (AWS). Grandes bancos utilizam a empresa americana para infraestrutura, inovação e economia operacional, enquanto empresas como Magazine Luiza investem em alternativas próprias, como a Magalu Cloud, para reduzir custos e dependência. Há ainda discussões sobre substituir o sistema global SWIFT, usado para transações internacionais.

Ministros apontam paralelos com a pandemia, quando o mundo dependia da China para insumos de vacinas. Em paralelo, busca-se distensionar o ambiente político, incluindo a possibilidade de o Congresso votar o projeto de anistia a Jair Bolsonaro, uma das exigências de Trump, para transferir o tema do STF para o parlamento.

Fontes afirmam que, no “jogo de ameaças”, não cabe ao Supremo usar a mesma arma que condena, mantendo cautela na defesa da soberania e da independência da Justiça.

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*Com informações Metrópoles

 

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