O governo federal anunciou nesta quarta-feira (12) um conjunto de medidas para socorrer os setores da economia mais afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O pacote, batizado de “Brasil Soberano”, prevê linhas de crédito de R$ 30 bilhões para pequenos produtores, seguro para exportações, ampliação do Reintegra e compras governamentais de excedentes de produção.
Economistas ouvidos pelo Metrópoles reconhecem que o plano pode aliviar o impacto imediato das tarifas, mas alertam para riscos fiscais e possíveis distorções no mercado. “O montante anunciado não é grande o suficiente para gerar distorções significativas, mas a preocupação é a perpetuação dessas medidas, que poderiam criar dependência estatal e afetar a política monetária”, observa André Valério, economista sênior do Banco Inter.
Setores produtivos, como a Fiesp e a Fecomercio-SP, defenderam o pacote. A Fiesp afirmou que as medidas são importantes para preservar empregos, diversificar mercados e assegurar condições justas de comércio internacional, enquanto a Fecomercio-SP destacou que é fundamental negociar para reduzir tensões entre Brasil e EUA.
A MP seguirá tramitando no Congresso, com prazo de aprovação de até 120 dias. Entre as ações previstas, o Fundo de Garantia à Exportação passará a operar em todo o setor, e micro e pequenas empresas poderão recuperar até 6% dos tributos pagos. O governo estima que 36% das exportações brasileiras serão atingidas pelo tarifaço de 50% dos EUA, que entrou em vigor em 6 de agosto.
Especialistas ressaltam que o sucesso das medidas dependerá da execução eficiente, da temporariedade das ações e do foco em preservar a competitividade, evitando que o auxílio se transforme em mais uma forma de intervenção estatal permanente.
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*Com informações Metrópoles