Em meio ao clima crescente de tensão entre Brasil e Estados Unidos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviará nesta segunda-feira (18) um relatório oficial em resposta à ofensiva aberta pela gestão de Donald Trump, que acusa o país de adotar práticas comerciais “desleais”.
O processo, conduzido pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), tem base na Seção 301 da Lei Comercial norte-americana, dispositivo usado para investigar supostas violações de regras internacionais de comércio. A medida colocou o Brasil na rota de possíveis sanções econômicas.
Entre os seis pontos de investigação estão: comércio digital e serviços de pagamento eletrônico — incluindo críticas diretas ao Pix, acusado de prejudicar empresas americanas de tecnologia —, tarifas preferenciais, combate à corrupção, proteção à propriedade intelectual, mercado de etanol e desmatamento ilegal.
A ação da gestão Trump amplia o desgaste diplomático. Na semana passada, os EUA suspenderam o visto de duas autoridades brasileiras ligadas ao programa Mais Médicos, acenando para novas retaliações.
Washington alega que o Brasil favorece acordos com outros parceiros em detrimento dos EUA, que a fiscalização anticorrupção enfraqueceu e que há omissão na proteção de direitos de propriedade intelectual. Também critica as tarifas sobre o etanol americano e acusa o país de obter vantagem competitiva com áreas desmatadas destinadas à agropecuária.
Com o envio da réplica, o Planalto tenta rebater ponto a ponto as acusações e conter a escalada diplomática, mas especialistas avaliam que a relação entre os dois países deve entrar em uma fase de choques comerciais mais intensos.
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*Com informações Metrópoles