O ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, trouxe nesta quarta-feira (3) revelações que podem abalar as estruturas do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao Café com a Gazeta, ele afirmou ter entregue provas ao governo dos Estados Unidos e ao Senado brasileiro, acusando Moraes de manipular investigações, fabricar relatórios com datas retroativas e violar direitos humanos.
Segundo Tagliaferro, o ministro atua de forma impulsiva e adota um “rito inverso”: decide previamente os resultados das ações e só depois constrói justificativas legais. A prática, segundo o ex-assessor, teria sido aplicada em operações de busca e apreensão contra empresários de direita, especialmente após manifestações críticas ao governo e temores com a volta do PT ao poder.
“Enquanto eu respirar, ele pode fazer o que quiser, mas não vai impedir que eu leve a verdade ao mundo e aos parlamentos sobre as atrocidades cometidas”, declarou Tagliaferro, que afirmou ainda que relatórios produzidos pelo TSE receberam datas retroativas para legitimar medidas de Moraes — configurando, segundo ele, fraude processual.
O caso remonta a agosto de 2022, quando operações da Polícia Federal foram autorizadas com base em reportagens e mensagens privadas de WhatsApp de empresários. Moraes, de acordo com Tagliaferro, combinava previamente os alvos com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manipulando documentos para justificar perseguições.
O gabinete do ministro rebateu as acusações, afirmando que todas as medidas foram oficiais, regulares e documentadas, e que os relatórios apenas descreviam postagens ilícitas, seguindo normas regimentais e com ciência da PGR.
Diante das denúncias, a Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou a elaboração de um relatório detalhado, a ser enviado a Luís Roberto Barroso, ao TSE, CNJ e OAB, incluindo pedidos de proteção internacional a Tagliaferro e sua família. O documento também solicita a revisão de processos que envolvem Jair Bolsonaro e outros réus do caso 8 de Janeiro, destacando a gravidade das alegações.
Com repercussão nacional e internacional, o caso levanta questões sobre limites do Judiciário, legalidade das decisões e integridade do STF, enquanto aumenta a polarização política e coloca em xeque a condução de processos envolvendo aliados de Bolsonaro.
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