A atuação do advogado Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pode ganhar novos desdobramentos no Congresso. Ele foi incluído em um requerimento de convocação apresentado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga o maior esquema de fraude previdenciária já identificado no país.
Enrique foi contratado para defender duas entidades apontadas pela AGU como “de fachada” — a Ambec e o Cebap — suspeitas de desviar R$ 730 milhões de aposentados e pensionistas. O contrato previa representação em órgãos federais, como a Senacon, ligada ao ministério comandado por seu pai, o que levantou suspeitas de conflito de interesses e possível tráfico de influência.
Para Izalci, a convocação é “inadiável e indispensável” para esclarecer se a atuação do advogado serviu como blindagem político-jurídica do esquema. Entre os pontos que a CPMI quer investigar estão a origem dos recursos para pagamento dos honorários, contatos com operadores da fraude e eventuais articulações com agentes públicos.
Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que o escritório de Enrique não atuou no âmbito da pasta e que a autonomia do ministério não foi comprometida. O advogado também negou qualquer irregularidade, dizendo que se desvinculou do caso após o início das investigações e que sua atuação se limitou à esfera administrativa.
A polêmica se intensifica pelo peso político do sobrenome: Enrique é filho da autoridade máxima a que a Polícia Federal está subordinada. Para os parlamentares, essa ligação reforça a necessidade de esclarecimentos públicos sobre a real extensão de sua participação no episódio.
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*Com informações Gazeta do Povo