Quinta, 25 de Setembro de 2025

“Careca do INSS” nega envolvimento em fraudes milionárias e desafia relator da CPMI

Empresário preso pela PF afirma que já foi pré-julgado e se recusa a responder perguntas do deputado Alfredo Gaspar

25/09/2025 às 12h01
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Em depoimento nesta quinta-feira (25) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, negou qualquer ligação de suas empresas com fraudes envolvendo aposentados e pensionistas do Instituto.

“Minha empresa sempre prestou serviços às associações, tendo como destinatário final o aposentado associado, sem qualquer ingerência sobre os descontos incidentes em seus benefícios previdenciários. Esses descontos eram realizados diretamente pelas associações”, afirmou Antunes.

O empresário se recusou a responder aos questionamentos do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegando pré-julgamento. “Segundo meus advogados, na sessão em que fora tomado o depoimento do senhor Rubens [Oliveira], a Vossa Excelência disse por mais de uma vez que sou 'ladrão do dinheiro de aposentados', sem me deixar a chance de defesa”, declarou.

Antônio Carlos Camilo Antunes foi preso pela Polícia Federal no dia 12 de setembro, acusado de liderar um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas cadastrados no INSS. As investigações apontam que ele atuaria como intermediário de sindicatos e associações, repassando parte dos valores a servidores do Instituto, familiares e empresas ligadas a eles.

Segundo a PF, pessoas físicas e jurídicas associadas a Antunes receberam mais de R$ 53 milhões de entidades associativas. Entre as acusações estão:

  • Liderança de 22 empresas usadas para fraudar contas de aposentados e pensionistas;

  • Uso de SPEs (Sociedades de Propósito Específico) para blindar sócios controladores;

  • Transações superiores à renda declarada de R$ 24.458,23 mensais;

  • Recebimento de R$ 11 milhões de uma única associação (AMBEC);

  • Criação de offshore nas Ilhas Virgens Britânicas para ocultar patrimônio.

Em maio, o empresário já havia sido alvo de outra operação da PF, que apreendeu seis carros de luxo para investigar se foram adquiridos com dinheiro oriundo do esquema. A CPMI segue investigando o caso, enquanto Antunes mantém postura de negação e confrontação direta com a comissão.

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*Com informações CNN

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