Domingo, 07 de Dezembro de 2025

Flotilha: brasileiros relatam torturas causadas por forças israelenses

Ativistas chegaram hoje ao Brasil, após prisão em Israel

09/10/2025 às 20h42
Por: WK Notícias Fonte: Agência Brasil
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© Rovena Rosa/Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil

Ativistas brasileiros que participaram da Flotilha da Liberdade – grupo de embarcações que transportava ajuda humanitária para os palestinos na Faixa de Gaza – denunciaram, nesta quinta-feira (9), que sofreram privações e tortura após serem capturados pelas forças israelenses.

“Nós chegamos no porto arrastados pelo exército israelense e tivemos que ficar por mais de uma hora de quatro pés, como diz aqui no Brasil, com a cabeça no chão, esperando todos os outros barcos chegarem. E a gente não podia fazer movimento algum”, disse a ativista e deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), ao chegar ao Brasil.

"Isso é tortura", completou.

“Se fazem isso conosco, quando tinha o mundo inteiro olhando para essa Flotilha, você imagina o que que não sofrem diariamente os palestinos que estão presos”, acrescentou Lins.

Os 13 ativistas brasileiros que participaram da Flotilha desembarcaram nesta quinta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Após sete dias de prisão em Israel, o grupo foi deportado para a Jordânia , fez uma escala em Doha, no Catar, e seguiu para o Brasil.

O ativista Thiago de Ávila ressaltou que os participantes da Flotilha foram privados de medicamentos e sujeitos a interrogatórios coercitivos.

“[Houve] a tentativa de humilhação, a violência física contra várias pessoas, os interrogatórios coercitivos, até a tentativa de privação de sono, a negação de utilizar o banheiro ou até de se alimentar e beber água em alguns momentos, até a negação de medicamentos a pessoas com doenças crônicas, como diabéticos, que ficaram três dias sem acesso à insulina. Mas isso não é nada comparado com o que os palestinos passam naquele mesmo espaço”.

Vitória

Ávila destacou que a ação da Flotilha, composta por mais de 40 embarcações, permitiu que os pescadores palestinos de Gaza conseguissem pescar quando as forças de Israel se deslocaram para capturar os ativistas em águas internacionais.

“A gente ficou super feliz quando saiu da prisão e descobriu que, no dia que a gente foi interceptado por conta da mobilização militar que Israel fez contra nós, para cometer mais um crime de guerra em águas internacionais, o povo palestino em Gaza pode pescar”, disse.

Tiago Ávila comemorou ainda o acordo entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo. “E agora, quando a gente chega em casa, ouve que a mobilização popular, não apenas nos barcos, obviamente, mas nas ruas, nos boicotes, parando as fábricas de armas, pressionando os governos do mundo inteiro, levaram a condição de que, dois anos depois da escalada do genocídio, não tem bombas hoje caindo sobre o povo palestino em Gaza. Não tem nada mais importante que isso nesse momento. E essa é uma vitória! Não, nossa. Essa é uma vitória do povo palestino”.

A ativista e presidenta do PSOL-RS, Gabrielle Tolotti, que também participou da Flotilha, destacou a sensação de alívio que o acordo de paz anunciado trouxe aos palestinos.

“Pela memória das centenas de milhares de pessoas mortas na Palestina, pela memória dos 250 jornalistas mortos cobrindo o genocídio, não minimizem o que é um cessar-fogo”.

Tolotti seguiu: “ontem, em Gaza, as pessoas conseguiram dormir sabendo que, talvez, elas não fossem morrer. Isso é muito importante. Aqui no Brasil, a comunidade palestina, que tem muitos familiares lá, conseguiu dormir sabendo que uma bomba não ia explodir a cabeça dos parentes lá. Esse acordo foi arrancado. O estado sionista tinha o plano de dizimar toda a população palestina”.

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