A aposentadoria anunciada pelo ministro Luís Roberto Barroso reacendeu a disputa pela cadeira que ele deixa no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a nova indicação – que precisa ser aprovada pelo Senado – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá indicado três ministros neste terceiro mandato, somando cinco dos 11 integrantes da Corte ao considerar escolhas de mandatos anteriores, incluindo Cármen Lúcia e Dias Toffoli.
No páreo estão o advogado-geral da União, Jorge Messias; o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Messias surge como favorito do grupo Prerrogativas, que destaca sua proximidade e confiança com o presidente Lula, além de sua experiência como AGU na defesa do governo no STF e em iniciativas voltadas à regulamentação das redes sociais e proteção de ministros, como Alexandre de Moraes, frente à aplicação da Lei Magnitsky.
Rodrigo Pacheco tem simpatia na Corte por ter blindado ministros durante sua presidência no Senado e por seu envolvimento na reforma do Código Civil, embora críticas ao projeto sejam recorrentes. Pacheco, no entanto, também pode ser direcionado por Lula a disputar o governo de Minas Gerais em 2026, abrindo espaço na Corte.
Bruno Dantas, por sua vez, conta com o apoio do Centrão. Ex-consultor do Senado e membro do TCU, ganhou projeção por relatórios detalhados sobre a administração pública e auditorias em programas sociais, como o CadÚnico e Minha Casa Minha Vida.
Barroso, que chegou ao STF em 2013, ressaltou que gostaria que a sucessão incluísse uma mulher, reforçando seu compromisso com a diversidade nos tribunais. O ministro elogiou as escolhas recentes de Lula, Cristiano Zanin e Flávio Dino, e reforçou a importância de que o novo integrante da Corte tenha integridade, civilidade e idealismo, servindo ao país e não a agendas pessoais.
O ministro, que completa 67 anos, permanecerá na Corte até, no máximo, a próxima sexta-feira, e ainda irá checar decisões pendentes em seu acervo. Em sua despedida no plenário, Barroso destacou 12 anos de dedicação à Justiça, à Constituição e à democracia, reafirmando confiança na civilidade e no respeito, mesmo diante da hostilidade política e radicalismos enfrentados nos últimos anos.
Após deixar o STF, ele pretende atuar como “intelectual público”, ministrando aulas na Alemanha e na França, além de realizar um retiro espiritual na Espanha, sem planos de ocupar cargos públicos.
A saída de Barroso marca, assim, não apenas a renovação de uma cadeira no Supremo, mas também reforça a estratégia política do presidente Lula para consolidar sua influência na Corte e moldar o perfil da Suprema Corte nos próximos anos.
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*Com informações Gazeta do Povo