Sábado, 13 de Dezembro de 2025
Publicidade

Janja ganha Gabinete próprio e Planalto usa dinheiro público para função sem previsão legal

Decreto oficializa atuação da primeira-dama e amplia gastos do erário, gerando polêmica sobre privilégio e falta de transparência

14/10/2025 às 10h32
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formalizou a atuação da primeira-dama Janja Lula da Silva dentro da Presidência da República por meio do decreto nº 12.604, publicado em 28 de agosto de 2025. A medida permite que ela utilize cargos comissionados, funcionários e orçamento próprio para desenvolver projetos e representar oficialmente o Executivo, mesmo sem ter cargo público ou atribuição constitucional.

O decreto amplia o poder do Gabinete Pessoal, responsável pela agenda, cerimonial e gestão de despesas do Planalto, incluindo agora as atividades de Janja. Com 189 cargos de confiança, o gabinete passa a controlar diárias, passagens e viagens da primeira-dama, centralizando gastos e reduzindo a fiscalização externa.

Embora a AGU já tivesse definido limites para a atuação do cônjuge do presidente, a medida extrapola essas orientações, transformando atividades voluntárias em função oficial, pagas com dinheiro público, e criando precedentes para o uso político-administrativo da estrutura presidencial.

Críticos apontam que a formalização do Gabinete de Janja representa desperdício de recursos, privilégio e aumento da burocracia, enquanto setores essenciais do governo enfrentam sobrecarga e pressão por resultados.

A Secretaria de Comunicação defende que o decreto “contribui para a transparência”, mas especialistas alertam que a medida beneficia um familiar do presidente em detrimento do interesse público, gerando debate sobre limites constitucionais e ética na administração federal.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias. 

*Com informações Metrópoles

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Quando a Justiça abandona os fatos: audiência de custódia transforma hipóteses em provas contra Bolsonaro
Política Há 3 semanas Em Brasil

Quando a Justiça abandona os fatos: audiência de custódia transforma hipóteses em provas contra Bolsonaro

A manutenção da prisão preventiva de Jair Bolsonaro expôs um movimento preocupante: a substituição de fatos por suposições como base para decisões judiciais. Mesmo após esclarecer tecnicamente a questão da tornozeleira e negar qualquer intenção de fuga, a audiência de custódia tratou cenários hipotéticos como verdades consolidadas. O resultado é uma medida extrema sustentada mais pelo ambiente político e midiático do que por elementos concretos.
A Cortina de Fumaça da Tornozeleira: o enredo oculto por trás da prisão de Bolsonaro
Política Há 3 semanas Em Brasil

A Cortina de Fumaça da Tornozeleira: o enredo oculto por trás da prisão de Bolsonaro

Enquanto manchetes repetem uma versão simplificada, os documentos, a cronologia e o silêncio sobre relações sensíveis revelam que a tornozeleira pode ter sido apenas o álibi conveniente para uma decisão já tomada.
O silêncio ensurdecedor sobre o Banco Master: por que ninguém pergunta sobre a ligação com a família de Alexandre de Moraes?
Política Há 3 semanas Em Brasil

O silêncio ensurdecedor sobre o Banco Master: por que ninguém pergunta sobre a ligação com a família de Alexandre de Moraes?

Enquanto o debate nacional se concentra na tornozeleira de Bolsonaro, relações profissionais sensíveis entre parentes do ministro do STF e um grande banqueiro seguem intocadas. É apenas coincidência — ou parte de uma cortina de fumaça muito conveniente?
 Crise BRB–Banco Master se agrava: liquidação, afastamentos e a missão de Temer expondo fragilidade política para Celina e Ibaneis.
BANCO MASTER Há 4 semanas Em Brasil

Crise BRB–Banco Master se agrava: liquidação, afastamentos e a missão de Temer expondo fragilidade política para Celina e Ibaneis.

Após a prisão do controlador do Banco Master e a liquidação da instituição pelo Banco Central, veio à tona que o ex-presidente Michel Temer foi contratado pelo banco para tentar negociar uma solução com o BC. O escândalo levou ao afastamento da cúpula do BRB, alimentou pedidos de CPI e pode ampliar o desgaste político para Celina Leão e Ibaneis Rocha no DF.