Terça, 14 de Outubro de 2025

Congresso dá troco ao governo: votação da LDO de 2026 adiada após derrota da MP do IOF

Parlamentares enviam recado claro: sociedade não aguenta mais aumentos de impostos e equipe econômica perde força

14/10/2025 às 11h26
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O governo federal sofreu um novo revés nesta terça-feira (14). A Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou a votação do relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, após o relator Gervásio Maia (PSB-PB) não conseguir acordo com deputados da base governista. O texto agora será analisado na quarta-feira (15) e votado em plenário na quinta-feira (16), segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O episódio evidencia a perda de força do governo na condução da agenda econômica, depois da derrota histórica da MP do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para o presidente da CMO, Efraim Filho (União Brasil-PB), a rejeição da MP foi um recado direto do Congresso à equipe econômica de Fernando Haddad (PT): a população não suporta mais aumentos de tributos.

“Não se aguenta mais agenda de aumento de alíquotas, aumento de impostos para arrecadar, arrecadar e arrecadar. Equilíbrio fiscal também se faz pelo lado da despesa. E o governo parece que tem esquecido disso”, afirmou.

Apesar da tentativa de defesa do governo, Carlos Zarattini, relator da MP do IOF, admitiu que R$ 35 bilhões deixaram de compor o Orçamento e que a queda da medida prejudica o fechamento das contas públicas de 2026, incluindo R$ 20 bilhões em receitas e R$ 15 bilhões em contenção de gastos.

O impasse deixa claro que o governo enfrenta resistência crescente do Legislativo, enquanto tenta ajustar sua pauta fiscal para conter perdas bilionárias. A tensão entre Executivo e Congresso cresce, e os parlamentares dão sinais de que não hesitarão em barrar medidas que sobrecarreguem o bolso do cidadão.

Na sessão, também foram sorteados os responsáveis pelas áreas temáticas do Orçamento, entre deputados e senadores de diferentes partidos, garantindo que a LDO seja acompanhada de perto pelo Legislativo.

O adiamento da votação mostra que o governo precisa reavaliar sua estratégia e negociar com força, caso contrário, pode enfrentar novos embates e mais derrotas simbólicas, em um cenário político cada vez mais desafiador.

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*Com informações Metrópoles

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