A transferência do ministro Luiz Fux da Primeira para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) não é apenas uma movimentação interna: ela reescreve o tabuleiro político-jurídico da mais alta Corte do país. Confirmada pelo presidente do STF, Edson Fachin, a mudança ocorre após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso e promete acirrar a polarização em plena campanha eleitoral.
Na Segunda Turma, Fux encontrará dois ministros indicados por Jair Bolsonaro — Kássio Nunes Marques e André Mendonça — além de Gilmar Mendes e Dias Toffoli. O novo colegiado cria um cenário em que decisões de casos de grande repercussão política podem ser radicalmente diferentes do que eram na Primeira Turma, marcada por decisões alinhadas majoritariamente ao Planalto.
Com a saída de Fux, a Primeira Turma passa a ter quatro ministros indicados por Lula, e a provável chegada de Jorge Messias reforça ainda mais o bloco pró-Planalto. Nos bastidores, juristas já descrevem o STF como um campo de batalha ideológico, onde cada processo sensível acende a disputa entre dois polos claros: governo e oposição.
Bolsonaristas veem a migração de Fux como uma chance de equilibrar o jogo e até enfrentar Gilmar Mendes, mas há desalento sobre a condução de processos ligados à trama golpista e a outras ações que envolvem o ex-presidente.
Um advogado influente em Brasília resumiu: “Toda vez que chegar um processo de grande repercussão, haverá uma onda de rezas para saber qual turma julgará, porque o resultado pode ser totalmente distinto dependendo do colegiado”. O STF, antes percebido como unidade, agora parece um Fla x Flu jurídico, com decisões que poderão definir não apenas o rumo da Corte, mas o destino político do país em 2026.
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*Com informações CNN
