Sexta, 31 de Outubro de 2025

Massacre no Rio expõe fragilidade de Lula diante do crime organizado

Após operação com mais de 120 mortos, governo é acusado de omissão e corre para conter desgaste político com leis e promessas de endurecimento

31/10/2025 às 08h56
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A megaoperação que deixou mais de 120 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, colocou o governo Lula (PT) contra a parede e escancarou sua fragilidade no enfrentamento ao crime organizado. Em meio à crise, o Planalto tenta reagir com discursos, viagens e a pressa em sancionar leis mais duras — uma tentativa clara de conter o desgaste político após a operação mais letal da história do estado.

As declarações do governador Cláudio Castro (PL), que acusou o governo federal de deixar o Rio “sozinho” no combate às facções, acirraram o embate entre Brasília e o Palácio Guanabara. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, negou ter sido informado sobre a ação policial, mas o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, admitiu que a corporação soube “em nível operacional” — contradição que virou munição para a oposição.

Pressionado, Lula enviou uma comitiva de ministros ao Rio na quarta-feira (29), incluindo Lewandowski e as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos). Em meio às críticas, o governo anunciou a criação de um escritório emergencial de comunicação entre as forças federais e o estado do Rio, em tentativa de evitar novos constrangimentos.

Dois dias depois, o presidente sancionou a Lei nº 15.245/2025, que aumenta penas e cria novos crimes para quem tentar obstruir investigações contra facções — punições que podem chegar a 12 anos de prisão. O governo também tenta acelerar no Congresso a PEC da Segurança Pública e o Projeto de Lei Antifacção, que transforma crimes de facções em hediondos e prevê até 30 anos de prisão para homicídios encomendados por líderes do tráfico.

Nos bastidores, aliados admitem que a reação de Lula é tardia e movida pela pressão política após o massacre. Enquanto o país cobra resultados concretos, o presidente embarca neste sábado (1º/11) para Belém (PA), onde ficará até o dia 10, às vésperas da COP30 — deixando para trás um governo acuado pela violência e por uma crescente sensação de descontrole na segurança pública.

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*Com informações Metrópoles

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