Sexta, 31 de Outubro de 2025

PL joga pesado e tenta furar resistência do Congresso para aprovar anistia

Manobra estratégica busca agradar eleitorado bolsonarista enquanto parlamentares e Judiciário sinalizam resistência

31/10/2025 às 12h07
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O Partido Liberal (PL) não está medindo esforços para aprovar a polêmica anistia na Câmara dos Deputados, mesmo diante da resistência crescente do Congresso e do Judiciário. A estratégia envolve o uso do “destaque de preferência”, recurso que permite que a emenda pró-anistia seja votada como prioridade, furando a ordem convencional e colocando pressão sobre os parlamentares.

Segundo um quadro importante do PL, a manobra é clara: “Vamos apresentar o destaque de preferência para o texto original. Será uma emenda para aprovar a anistia de verdade”. A expectativa é que a maioria do partido garanta o sucesso da operação, ignorando o desinteresse de outros deputados.

Para aliados de Tarcísio de Freitas, a jogada é, na prática, mais um aceno ao eleitorado bolsonarista do que uma medida legislativa relevante. O próprio governador de São Paulo admite que a pauta perdeu força, mas defende que é necessário manter a tentativa para não perder capital político.

Nos bastidores, assessores reconhecem que o tema gera desconforto generalizado no Congresso. “Essa pauta não é boa para ninguém”, admitiu um auxiliar. “O que passa é a dosimetria, que já está acordada com o Judiciário”.

Quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, fontes garantem que ele já desistiu da batalha. “Ele ainda está muito em negação, tem esperança, mas no fundo sabemos que não tem espaço. Se passar algum projeto sobre anistia, será com dosimetria”, afirma um aliado.

A movimentação do PL evidencia uma clara tentativa de manipular a agenda política em benefício eleitoral, tentando transformar uma pauta moribunda em vitória simbólica junto à base bolsonarista. O conflito entre interesses eleitorais e limitações institucionais mostra que a anistia deixou de ser apenas uma questão jurídica para se tornar peça de estratégia política, com impacto direto sobre a credibilidade do Congresso e a percepção pública da operação.

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*Com informações Jovem Pan

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