A Igreja Evangélica de Campo Grande - IECG realiza reuniões e cultos, além de projetos sociais há mais de 30 anos no prédio que fica localizado na Rua 14 de julho - entre a avenida Mato Grosso e a Rua Antônio Maria Coelho -, e agora, a paz dos fiéis pode estar comprometida devido a folia de Carnaval, que além de ficarem impedidos de transitarem na região, correm o risco que serem confrontados pelos foliões.
Por esse motivo, a IECG solicitou alteração para que os blocos não passem em frente à igreja. Já que no último Carnaval de rua em 2020, as mulheres tiravam as calcinhas quando passavam em frente a igreja, desrespeitando as famílias que frequentam a instituição, composta desde crianças, jovens a idosos.
Na ocasião, Rinaldo Modesto (PSDB) disse que “mulheres tiraram as calcinhas em frente a igreja”.
Em protesto, elas fizeram um “calcinhaço” durante protesto no plenário do legislativo.
Em nota, a comunicação da IECG informou: “Nós estamos estabelecidos aqui há cerca de 30 anos, possuímos reuniões aos sábados e quatro cultos aos domingos. É inviável haver um movimento neste período do fluxo de entrada e saída dos membros”.
A igreja declarou que uma nova decisão já foi emitida, reduzindo o percurso do cortejo.
“Já foi definido anteriormente e confirmado hoje pelo Município que o cortejo teria outro trajeto, ou seja, sai da Esplanada, sobre a Avenida Mato Grosso e segue a 14 de Julho em direção à Feira”.
A secretária de Cultura e Turismo, Maria Bethânia Gurgel, informou que o pedido realmente foi recebido pela Polícia Militar e Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo). A intenção é que a decisão seja emitida ainda hoje após reunião entre os dois órgãos.
“Ainda não foi decidido porque a igreja fez essa solicitação, tivemos reunião com a PM e entendemos que a decisão caberia à Sectur em conjunto à Fundação de Cultura”.
Sobre o pedido de alteração do trajeto, o fundador do bloco Evoé Baco, Fernando Cruz, demonstrou resistência e está mais preocupado em festejar do que ajudar famílias, jovens, crianças e idosos do município.
“O cortejo foi criado pelos gregos há 5 mil anos, o que nós fazemos hoje é resgatar e manter nossa ancestralidade. O cortejo é a maior manifestação do Carnaval e quem decide o percurso é povo, é o bloco”.
A Igreja não solicitou o cancelamento do evento, mas apenas a mudança de trajeto para que os fiéis e os blocos carnavalescos possam manter suas atividades, sem nenhuma interferência.
Trajeto do cortejo de Carnaval
Atualmente, o cortejo dos blocos Capivara Blasé e Cordão Valu sai da Calógeras, segue pela Antônio Maria Coelho, entra na 14 de Julho e finaliza na General Melo para retornar ao ponto de início.
Com a alteração, os foliões deixariam de passar apenas na quadra onde fica a igreja, sem prejudicar o evento.