
Recentemente, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, encontrou-se em meio a momentos de desacordo com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes durante julgamentos, destacando-se a discordância no entendimento de certas questões. Essas tensões podem impactar a influência de Barroso dentro da Suprema Corte, especialmente em suas relações com o decano e com Moraes.
Em particular, Barroso prevaleceu sobre Moraes no julgamento da chamada revisão da vida toda, relacionada ao cálculo da aposentadoria, e também em questões referentes às sobras eleitorais, que poderiam resultar na substituição de sete deputados na Câmara dos Deputados.
A relação de Gilmar com Barroso azedou quando o presidente do tribunal interrompeu o julgamento sobre a expansão do foro especial no Supremo, uma posição apoiada pelo decano. O impasse surgiu quando já havia quatro votos a favor. O caso permanece em suspenso devido a um pedido de vista de André Mendonça.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, o desacordo entre Barroso e Moraes durante as discussões sobre as sobras eleitorais no plenário do STF foi apenas uma amostra do intenso embate ocorrido nos bastidores. A tensão subiu e a situação acabou se transformando em uma acalorada discussão.
Outro incidente ocorreu quando Alexandre de Moraes proferiu um discurso em um evento de homenagem ao ex-presidente Michel Temer, que o nomeou para o Supremo Tribunal Federal. Essa ação foi vista como uma mensagem direta a Barroso.
“Todas as injustiças dolosas que fizeram contra o seu governo não foram capazes de apagar as marcas, as reformas que foram aprovadas”, disse.
Barroso atuou como um relator incisivo no inquérito contra Michel Temer durante seu mandato no Palácio do Planalto. Ele emitiu decisões desfavoráveis ao então chefe do Executivo em investigações relacionadas a um esquema ilegal no Porto de Santos, o que resultou na detenção de aliados de Temer em 2018.
Ao confrontar Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, Barroso corre o risco imediato de antagonizar os dois ministros mais influentes do STF, inclusive aqueles mais envolvidos na política.