
O inverno no Brasil, que começa oficialmente em 20 de junho, será marcado por temperaturas mais elevadas do que o habitual em várias regiões do país. Segundo levantamento do Climatempo, as temperaturas podem ser até 3°C mais altas do que a média histórica, especialmente nos estados centrais do Brasil, enquanto o Norte e o extremo Sul do país poderão experimentar um inverno um pouco mais frio em comparação a 2023.
Josélia Pegorim, meteorologista do Climatempo, explica que, apesar de serem esperados mais episódios de passagem de ar polar do que no ano anterior, o inverno deste ano terá menos frio do que o normal, até mesmo na Região Sul. As massas de ar frio deverão ser mais frequentes entre agosto e setembro. "Um fator importante que vai contribuir para deixar o inverno 2024 menos frio do que poderia ser é que o Oceano Atlântico na costa entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro tende a se aquecer no decorrer da estação", afirma Pegorim. Além disso, o Atlântico Tropical seguirá com temperatura acima do normal, mantendo a costa entre o Espírito Santo e o Rio Grande do Norte quente, o que ajudará na formação de nuvens de chuva.
A previsão é de que quase todo o país tenha um inverno com predomínio de tempo seco, sem chuvas significativas. Setembro será o mês mais chuvoso para a maioria das cidades. Contudo, o Rio Grande do Sul poderá ainda enfrentar eventos de chuva forte, e chuvas intensas podem ocorrer no litoral do Sul e do Sudeste em agosto e setembro. A chuva será frequente no litoral entre o Rio Grande do Norte e o sul da Bahia.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas médias durante o inverno no Brasil têm aumentado consistentemente nas últimas décadas. Episódios de frio intenso, comuns há dez anos, se tornaram menos frequentes, enquanto ondas de calor fora de época são cada vez mais comuns. Paulo Jubilut, biólogo e professor do Aprova Total, destaca o papel crucial das mudanças climáticas nesse cenário. “O impacto das mudanças climáticas já é visível em diversas regiões do Brasil. A seca prolongada no centro do país e as chuvas intensas na região Sul são exemplos claros de como os padrões climáticos estão se tornando mais extremos e imprevisíveis”, explica.
Jubilut também enfatiza a necessidade de intensificação de ações de mitigação e adaptação. “A implementação de políticas ambientais eficazes, a transição para fontes de energia renováveis e a conservação das florestas são passos fundamentais para garantir um futuro sustentável e minimizar os impactos das mudanças climáticas”, afirma.
O fim do fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial, abre caminho para a possível formação do La Niña no segundo semestre deste ano. La Niña, que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, pode começar entre os meses de junho e agosto, conforme análise do Inmet. Os efeitos esperados do La Niña no Brasil incluem chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste, e abaixo da média nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, a partir de outubro.
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