Segunda, 16 de Setembro de 2024
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Desvios milionários: Empreiteiro "Patrola" e aliados são denunciados por corrupção e fraudes em licitações de cascalhamento

Denúncias apontam para desvios superiores a R$ 300 milhões em contratos suspeitos firmados durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad

04/09/2024 às 09h06
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O empreiteiro André Luiz dos Santos, conhecido como "Patrola", está no centro de um esquema milionário de desvios em contratos de cascalhamento e locação de máquinas que ultrapassam R$ 300 milhões, segundo investigações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). A maioria dos contratos suspeitos foi firmada durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT). A denúncia foi apresentada no mês passado e aguarda análise do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande.

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Além de Patrola, outras 11 pessoas foram denunciadas por crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. Os denunciados incluem:

  1. André Luiz dos Santos: dono da ALS Locações e Terraplanagem Ltda
  2. Juliana Peres Villalba: representante legal de Patrola
  3. Mamed Dib Rahim: empreiteiro ex-sócio da Engenex
  4. Edcarlo Jesus da Silva: empreiteiro da Engenex
  5. Paulo Henrique Silva Maciel: empreiteiro da Engenex
  6. Ariel Dittmar Raghiant: arquiteto que assinou como ‘responsável técnico’ de obras suspeitas
  7. Patrícia da Silva Leite: funcionária da Engenex
  8. Mehdi Talayeh: engenheiro da Prefeitura – Supervisor
  9. Edivaldo Aquino Pereira: servidor público SISEP – Gestor de Projetos
  10. Erik Antônio Valadão Ferreira de Paula: servidor público SISEP
  11. Fernando de Souza Oliveira: servidor da SISEP
  12. Rudi Fiorese: secretário de obras da gestão de Marquinhos Trad

Patrola é apontado como operador do esquema, utilizando laranjas para assumir empresas e vencer licitações municipais de cascalhamento, facilitadas por servidores nomeados pelo ex-prefeito. A suspeita é que obras contratadas nunca foram realizadas ou são difíceis de verificar, permitindo o desvio de milhões dos cofres públicos.

Os contratos investigados remontam a 2017 e incluem licitações com valores inflacionados em comparação com outras obras similares no estado. Em um exemplo, a ALS Construtora, de Patrola, recebeu R$ 1,3 milhão por quilômetro em obras na MS-214, enquanto outra empresa recebeu apenas R$ 459,6 mil por quilômetro em condições semelhantes.

As investigações também revelaram que Patrola possui fazendas próximas às rodovias onde suas empresas realizaram obras, o que levantou suspeitas de que o empreiteiro adquiriu terras que se valorizaram com as melhorias viárias. Denúncias sugerem que Patrola utilizava informações privilegiadas para comprar propriedades em áreas impactadas pelas obras públicas.

Em sua defesa, o ex-prefeito Marquinhos Trad afirmou que todos os contratos de sua gestão foram aprovados pela procuradoria-geral do município e controladoria de transparência, negando qualquer participação em irregularidades. Ele declarou: “Todos os meus atos foram proclamados pelo MP como lícitos e legais.”

Enquanto o caso aguarda desdobramentos judiciais, o escândalo segue repercutindo e alimentando debates sobre corrupção e a necessidade de maior transparência nas gestões públicas e nos processos de licitação.

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*Com informações Midiamax

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