O empreiteiro André Luiz dos Santos, conhecido como "Patrola", está no centro de um esquema milionário de desvios em contratos de cascalhamento e locação de máquinas que ultrapassam R$ 300 milhões, segundo investigações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). A maioria dos contratos suspeitos foi firmada durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT). A denúncia foi apresentada no mês passado e aguarda análise do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande.
Além de Patrola, outras 11 pessoas foram denunciadas por crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. Os denunciados incluem:
Patrola é apontado como operador do esquema, utilizando laranjas para assumir empresas e vencer licitações municipais de cascalhamento, facilitadas por servidores nomeados pelo ex-prefeito. A suspeita é que obras contratadas nunca foram realizadas ou são difíceis de verificar, permitindo o desvio de milhões dos cofres públicos.
Os contratos investigados remontam a 2017 e incluem licitações com valores inflacionados em comparação com outras obras similares no estado. Em um exemplo, a ALS Construtora, de Patrola, recebeu R$ 1,3 milhão por quilômetro em obras na MS-214, enquanto outra empresa recebeu apenas R$ 459,6 mil por quilômetro em condições semelhantes.
As investigações também revelaram que Patrola possui fazendas próximas às rodovias onde suas empresas realizaram obras, o que levantou suspeitas de que o empreiteiro adquiriu terras que se valorizaram com as melhorias viárias. Denúncias sugerem que Patrola utilizava informações privilegiadas para comprar propriedades em áreas impactadas pelas obras públicas.
Em sua defesa, o ex-prefeito Marquinhos Trad afirmou que todos os contratos de sua gestão foram aprovados pela procuradoria-geral do município e controladoria de transparência, negando qualquer participação em irregularidades. Ele declarou: “Todos os meus atos foram proclamados pelo MP como lícitos e legais.”
Enquanto o caso aguarda desdobramentos judiciais, o escândalo segue repercutindo e alimentando debates sobre corrupção e a necessidade de maior transparência nas gestões públicas e nos processos de licitação.
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*Com informações Midiamax