O ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) anunciou oficialmente seu apoio à candidatura de Rose Modesto (União) no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Campo Grande. Em seu discurso, Contar ressaltou a lealdade de Rose durante a campanha de 2022, quando ela não hesitou em pedir votos para ele e para o então presidente Jair Bolsonaro. "Rose sempre demonstrou coragem e integridade. Essa atitude de compromisso com as pessoas não pode ser esquecida", afirmou o ex-deputado.
No primeiro turno, Contar havia optado por se manter neutro, conversando tanto com Rose Modesto quanto com Adriane Lopes (PP), mas sem fechar alianças. A decisão de declarar apoio no segundo turno ocorre em um cenário político polarizado, com líderes da direita divididos e trocando acusações sobre quem seria o verdadeiro representante do bolsonarismo na capital.
João Henrique Catan (PL), principal aliado de Contar em 2022, foi um dos primeiros a declarar apoio a Rose Modesto. Ele justificou sua decisão lembrando que Rose os apoiou incondicionalmente na eleição anterior. Essa reaproximação entre as principais figuras bolsonaristas de Mato Grosso do Sul coloca em evidência o confronto direto com a atual prefeita, Adriane Lopes, que tem a seu lado o apoio de Tereza Cristina (PP), do ex-governador Eduardo Riedel (PSDB) e do próprio Bolsonaro.
Adriane, que criticou o que chamou de "campanha de ataques", enfrentou Rose Modesto desde o início do primeiro turno, quando tentou fugir da polarização entre direita e esquerda, afirmando que o foco deve ser os problemas e soluções para Campo Grande. Em debates anteriores, Adriane questionou a atuação de Rose no governo de Lula, quando foi superintendente da Sudeco. Rose, no entanto, esclareceu que sua indicação foi feita pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em conjunto com todos os governadores do Centro-Oeste.
A divisão entre as lideranças de direita reacende velhas rivalidades. Enquanto Adriane tenta se desvencilhar das críticas, Rose busca reunir apoio em um momento em que as pesquisas de intenção de voto, alvo de questionamentos constantes, mostram uma disputa acirrada. Essas pesquisas, muitas vezes criticadas quando desfavoráveis e elogiadas quando positivas, têm sido um ponto central nas estratégias de ambas as campanhas.
A participação de Vander Loubet (PT), que chegou a apoiar a gestão de Adriane, também traz à tona a questão da coerência política das alianças. Rose, em um dos debates, acusou Adriane de apoiar candidatos petistas, insinuando uma aliança com Vander, que em outro momento defendeu a candidatura de Rose, ressaltando a boa relação que manteve com ambos os lados.
Com a disputa polarizada e as lideranças de direita divididas, o segundo turno em Campo Grande se mostra decisivo, trazendo a discussão entre direita e esquerda para o centro da campanha.
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