Terça, 01 de Julho de 2025

CPI do transporte coletivo em Campo Grande sob risco de ser barrada por conflito de interesses

Procurador da Câmara, ligado ao advogado do Consórcio Guaicurus, gera desconfiança sobre a imparcialidade na análise do pedido de investigação

27/02/2025 às 09h31
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A possibilidade de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o transporte coletivo urbano em Campo Grande pode ser comprometida devido à próxima relação entre o procurador-geral da Câmara Municipal, Luiz Gustavo Lazzari, e o advogado do Consórcio Guaicurus, Claudionor Miguel Abss Duarte. Ambos juntos em um escritório de advocacia, o que desperta suspeitas de que o olhar jurídico de Lazzari sobre a CPI seja influenciado por sua conexão com o defensor do consórcio.

Lazzari, que foi assessor de Claudionor durante seis anos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), pode enfrentar pressão para emitir um parecer contrário à investigação. Em 2021, o procurador já arquivou um pedido semelhante, alegando falta de elementos para a apuração. Esse histórico levanta dúvidas sobre a imparcialidade do procurador na análise do novo pedido, que é de interesse público.

O vereador Junior Coringa (MDB), autor do requerimento da CPI, manifestou preocupação com a possível parcialidade e espera um posicionamento “imparcial e baseado no interesse público” por parte de Lazzari. O vereador também enfatizou que o requisito foi bem fundamentado e está confiante na abertura da CPI.

Em resposta, Lazzari afirmou que sua relação com Claudionor não influenciará sua decisão, reforçando que o parecer é apenas opinativo e não vinculativo. Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o Papy, minimizou as críticas e declarou que as acusações de parcialidade são infundadas.

O futuro da CPI, que visa investigar o transporte coletivo prestado pelo Consórcio Guaicurus, agora depende de uma decisão crucial que pode ser influenciada por interesses pessoais e políticos, colocando em xeque a transparência e a legalidade do processo.

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*Com informações Correio do Estado

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