Quinta, 13 de Março de 2025

Moraes detona Big Techs: “Não sou comunista, mas elas praticam mercantilismo selvagem e lavagem cerebral”

Ministro do STF ironiza acusações de comunismo e critica “fuga de responsabilidade” das gigantes da tecnologia

13/03/2025 às 13h50
Por: Tatiana Lemes Fonte: Agência Estado
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Foto: Reprodução
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, intensificou suas críticas às grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs, durante aula magna na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília. Em um discurso contundente, Moraes acusou as empresas de praticarem um "mercantilismo selvagem" e de promoverem uma "lavagem cerebral" na população, buscando apenas o lucro sem assumir responsabilidades.

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Moraes ironizou as acusações de que seria comunista, afirmando que as big techs, em sua busca desenfreada por lucro, "abandonaram qualquer pudor capitalista". Ele comparou a mentalidade das empresas à da Companhia das Índias Orientais, do século XVII, conhecida por suas práticas exploratórias e abusivas.

"Essas empresas perceberam que a União Europeia aprovou leis que os outros países vão aprovar. E a regulamentação vai começar. Esse é um perigo que venho alertando. Por enquanto, nós conseguimos manter nossa soberania, nossa jurisdição", afirmou Moraes, demonstrando preocupação com a influência das big techs na política e na sociedade.

As críticas de Moraes às big techs não são novidade. O ministro tem sido um dos principais defensores da regulamentação das plataformas digitais no Brasil, argumentando que elas não podem operar sem regras e sem responsabilidades. Suas decisões relacionadas às redes sociais, no entanto, têm gerado críticas e acusações de censura, inclusive por parte do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

O presidente do comitê, Jim Jordan, chegou a acusar Moraes de emitir ordens "secretas e arbitrárias" para remover conteúdo das plataformas, sob ameaça de multas e banimento do Brasil. O comitê também aprovou um projeto de lei para barrar a entrada do ministro nos EUA.

Apesar das críticas, Moraes mantém sua postura firme em relação às big techs. Ele acusa as empresas de "falsearem os fatos" e de promoverem uma "lavagem cerebral" na população, utilizando algoritmos para manipular informações e influenciar opiniões. Em sua visão, as plataformas digitais não podem ser vistas como entidades neutras, mas sim como empresas com interesses econômicos e políticos.

A fala de Moraes na FGV reforça a necessidade de um debate urgente sobre a regulamentação das big techs no Brasil. O ministro defende que as empresas precisam ser responsabilizadas pelo conteúdo que divulgam e pelas consequências de suas ações. A questão central é como equilibrar a liberdade de expressão com a necessidade de proteger a sociedade de desinformação e manipulação.

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