O Rio Grande do Sul enfrenta novamente uma estiagem nesta safra, e são registradas perdas em milho sequeiro, falta de água para os animais e abastecimento de pessoas, baixas no leite e já se notam os primeiros impactos na soja.
A situação varia bastante entre as regiões do estado. Na região central e no noroeste gaúcho, produtores mostram que a condição não está fácil para a lida no campo.
Em uma propriedade rural em Tupanciretã, na região central do estado, cerca de 167 hectares renderam espigas pequenas e mal formadas.
Em alguns casos, as lavouras ficaram sem chuva bem na fase mais critica, que é quando o milho começa o pendoamento e a colocar as espigas. Com isso, todo um plantio é perdido. É palha seca que não serve nem para a alimentação animal. E os dias em determinados pontos do Rio Grande do Sul têm sido assim: quentes e com bastante vento, o que agrava ainda mais a situação da estiagem.
Muitos meses com o mesmo cenário. No município de Tupanciretã deveria ter chovido uma média de 172 milímetros por mês desde agosto de 2022. A média, contudo, ficou em somente 55 milímetros.
E além da alimentação, outro problema está na água para os animais. Para a produção compensar, o produtor precisaria vender o leite a no mínimo R$ 2,80. Hoje, no entanto, o litro sai por pouco mais de R$ 2,00.
Tupanciretã foi o primeiro município gaúcho a decretar emergência por causa da estiagem desta temporada. E o número de cidades que seguiram o mesmo caminho cresce a cada dia. Com os decretos, as administrações locais podem tomar medidas emergenciais para tentar amenizar as perdas. Além disso, produtores podem acionar o seguro.
Soja
O cenário na soja é bem desigual no Rio Grande do Sul. Na terra, sementes que mofaram e não nasceram e raízes sem vigor. Poucos metros separaram, por exemplo, lavouras bem secas de outras com bom desenvolvimento.
Perdas até 70%
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) projeta as perdas entre 30 e 70% no milho. Além disso, há casos de 25% na soja.
O Rio Grande do Sul esperava recuperar as perdas da safra de verão passada. Por enquanto, entretanto, amarga as mesmas cenas já conhecidas. Mas a cada dia que o sol se põe, a esperança é de dias melhores e de tentar de novo.
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