Terça, 20 de Maio de 2025

Jogos podem ser aliados na prevenção da demência

A prática de jogos pode reduzir em 11% a chance de desenvolvimento de demência; especialista do Supercérebro revela os jogos mais indicados para pe...

25/04/2025 às 13h09
Por: WK Notícias Fonte: Agência Dino
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A prevenção da demência e o estímulo cognitivo em pessoas idosas são temas de um interesse crescente, sobretudo à medida que a população envelhece. Um estudo da American Medical Association, publicado na revista JAMA Network Open, revelou que a prática de jogos pode reduzir em 11% a chance de desenvolvimento de demência em pessoas acima dos 70 anos.

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De acordo com a análise, repercutida pela CNN Brasil, os jogos possuem características competitivas e demandam estratégia e solução de problemas, o que contribui para a queda de um possível declínio da função cognitiva, como a memória e a fluência verbal.

Hoje, o Brasil tem cerca de 32,9 milhões de idosos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compartilhados pelo Ministério da Saúde. De acordo com o Censo, os idosos somam cerca de 15,8% da população.

Renata Aguilar, doutora em neurociência e educação, mestre em psicologia e especialista em neuropsicopedagogia, psicopedagogia institucional e clínica e diretora pedagógica do Grupo Super Cérebro, destaca que “evidências como as que foram apontadas pela American Medical Association são fundamentais para compreendermos a importância dos estímulos cognitivos na saúde do cérebro”.

Para Aguilar, é essencial entender que o cérebro possui neuroplasticidade, ou seja, a capacidade de se modificar em resposta a estímulos ambientais. “O que antes acreditávamos ser um aprendizado restrito a certas idades, hoje sabemos que é possível aprender em qualquer fase da vida. Embora existam janelas de oportunidade na infância, os estímulos cognitivos são cruciais para manter o cérebro saudável em todas as idades”.

A relação entre os jogos e a prevenção de doenças que acometem idosos é alvo de estudos também no Brasil. Há alguns anos, estudantes de iniciação científica da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveram um projeto para ajudar a equipe médica da instituição a exercitar a mente e identificar doenças mentais em idosos. Para tanto, foram desenvolvidos dois jogos cognitivos na área de multimídia.

A ideia integra um projeto que envolve sistemas para auxiliar médicos a detectar doenças como a demência e o Mal de Alzheimer. Os jogos MemoGing e Jogo do Stroop foram testados em 2018 em pacientes no Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP/UFF) e em idosos que frequentam o Campus do Gragoatá da UFF para realizar atividades, como indica uma publicação da Agência Brasil.

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Jogos estimulam funções cognitivas essenciais

Os jogos desempenham um papel vital no estímulo de funções cognitivas essenciais, como memória, atenção e raciocínio lógico. “Eles favorecem inúmeras habilidades que se refletem em tarefas do dia a dia, como lembrar informações, manter a atenção em uma atividade por um período prolongado e resolver problemas”, afirma Aguilar.

A diretora pedagógica do Grupo Super Cérebro ressalta que, ao desafiar o cérebro com novas situações e regras, os jogos promovem o desenvolvimento e a manutenção das conexões neurais.

Entre os tipos de jogos mais eficazes na prevenção da demência, a doutora em neurociência e educação menciona aqueles que exigem estratégias, memória e tomada de decisão. 

Estratégias em conjunto

Segundo Aguilar, os jogos podem ser utilizados em conjunto com outras estratégias para manter a saúde mental e cognitiva dos idosos. “Atividades físicas, alimentação equilibrada, sono regular, leitura e socialização são práticas que, combinadas com jogos, contribuem para maior autonomia e bem-estar físico, cognitivo e emocional”, explica.

Os jogos que envolvem desafios sociais também trazem benefícios adicionais. “A interação com outras pessoas é fundamental, pois o isolamento pode ser prejudicial para os idosos. Jogos colaborativos promovem o desenvolvimento da linguagem, memória e empatia, fortalecendo as conexões neurais”, afirma a especialista.

Papel dos cuidadores no incentivo

Para familiares e cuidadores, Aguilar sugere que eles incentivem o uso de jogos como uma ferramenta para manter a qualidade de vida dos idosos. 

“As aulas do Método Super Cérebro são uma forma de incentivo, por exemplo, mas os familiares podem introduzir jogos respeitando os gostos e o ritmo do idoso, transformando esses momentos em experiências agradáveis de convivência. Elogiar cada conquista e criar uma rotina lúdica é muito importante”, conclui.

Para mais informações, basta acessar: https://supercerebro.com.br/

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