Terça, 01 de Julho de 2025

STF decide futuro de acusados em trama golpista: julgamento histórico expõe ameaças e articulações secretas

Áudios reveladores e articulação minuciosa sob análise; decisão pode consolidar responsabilização de apoiadores do projeto golpista de Bolsonaro

20/05/2025 às 10h22
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O Supremo Tribunal Federal (STF) protagoniza, nesta terça-feira (20), um momento crítico na história democrática do Brasil. A Primeira Turma avalia se 12 acusados, apontados como integrantes do chamado “núcleo 3” da trama golpista, responderão como réus. Este grupo teria orquestrado um plano para manter Jair Bolsonaro no poder, desafiando diretamente o resultado das eleições de 2022.

Logo na abertura da sessão, conduzida pelo ministro Cristiano Zanin, os ânimos ficaram tensos. Alexandre de Moraes, relator do caso, foi enfático ao rejeitar um pedido de adiamento solicitado pelo policial federal Wladimir Soares. “Áudios recentes não alteram a substância da denúncia apresentada. Eles serão analisados somente se a denúncia for aceita”, destacou Moraes, reforçando a seriedade do julgamento.

Conspiração e ameaças chocantes
Entre os acusados, gravações atribuídas ao policial federal Wladimir Soares expuseram ameaças diretas e apologia à violência contra ministros do STF. Em um dos áudios, Soares chega a defender o uso de força letal e comenta: “Tinha que ter cortado a cabeça [de Alexandre de Moraes]”. A gravidade das declarações reforça o caráter antidemocrático do grupo denunciado.

Plano detalhado para subverter a democracia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) descreveu com precisão as ações dos acusados, destacando que o núcleo articulava táticas para viabilizar o que chamou de “projeto golpista”. Claudia Sampaio Marques, subprocuradora-geral, foi contundente: “Tudo foi planejado com o objetivo de sabotar a transição democrática e manter Bolsonaro no poder, desconsiderando o voto popular.”

Defesas buscam desqualificar acusações
Advogados dos acusados apresentaram sustentações orais em busca da rejeição da denúncia. Diogo Rodrigues de Carvalho, defensor do general Estevam Cals Theophilo, criticou a PGR por fundamentar acusações “em mensagens isoladas e descontextualizadas”, enquanto outros advogados alegaram ausência de provas concretas.

A decisão que pode moldar o futuro
Composto por militares e agentes de segurança, o núcleo acusado teria se envolvido diretamente na elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía monitoramento e eliminação de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O julgamento, que pode se estender até quarta-feira (21), será decisivo para determinar se o Brasil avança na responsabilização de quem atentou contra sua democracia.

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*Com informações Metrópoles

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