O Brasil enfrenta uma crise em sua principal cadeia produtiva após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, na última quinta-feira (15). Desde então, 16 países, além da União Europeia, suspenderam total ou parcialmente as importações de carne de frango brasileira, informou o Ministério da Agricultura e Pecuária nesta segunda-feira (19).
Entre os mercados que adotaram bloqueios amplos estão México, Argentina, Chile, Canadá, Coreia do Sul, Uruguai e Malásia. Outras nações, como China, União Europeia e África do Sul, restringiram as compras com base em acordos bilaterais. Países como Reino Unido, Bahrein e Cuba limitaram a proibição ao estado do Rio Grande do Sul, enquanto locais como Cingapura, Filipinas e Jordânia restringiram a importação apenas do município de Montenegro.
Confirmações e medidas de emergência
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou dois casos da doença: o primeiro em Montenegro, em uma granja comercial, e o segundo em Sapucaia do Sul, envolvendo cisnes silvestres. Outros quatro casos permanecem sob análise nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Ceará.
Segundo Fávaro, a contaminação era inevitável, mas o sistema brasileiro de defesa sanitária retardou o avanço da doença. “Demoraram 19 anos para que isso acontecesse em uma granja comercial. Foi inevitável, mas o sistema é robusto”, afirmou o ministro.
Prejuízo econômico e estado de alerta
A gripe aviária já impacta diretamente a economia nacional, dado que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Para conter o avanço da doença, o Ministério da Agricultura decretou estado de emergência zoossanitária no município de Montenegro por 60 dias e intensificou as medidas de vigilância.
Com mercados globais em alerta, o setor avícola brasileiro enfrenta o desafio de demonstrar que o controle sanitário pode impedir a disseminação da doença, enquanto negocia a retomada das exportações.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações Poder 360