O governo federal avalia a possibilidade de usar dinheiro público para antecipar o ressarcimento a aposentados e pensionistas vítimas da fraude no INSS, revelou Gilberto Waller, presidente do órgão. A medida seria financiada com recursos que, posteriormente, seriam reembolsados aos cofres públicos por meio da venda de bens apreendidos na Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
"Vai ter que esperar o processo judicial terminar para poder ressarcir? A resposta é não. Mas precisamos definir de onde virá esse recurso", afirmou Waller, destacando a intenção de acelerar a devolução aos prejudicados. Entre os bens apreendidos, avaliados em cerca de R$ 1 bilhão, estão carros de luxo que já seriam suficientes para cobrir os descontos indevidos identificados até agora.
A operação estima que 4,1 milhões de aposentados possam ter sido vítimas de descontos associativos não autorizados. Destes, 2,054 milhões já confirmaram o problema. Para iniciar o ressarcimento, o INSS devolve, a partir desta segunda-feira (26), R$ 292 milhões aos beneficiários, valores que serão pagos junto aos benefícios regulares entre os dias 26 de maio e 6 de junho.
Apesar da suspensão dos descontos associativos no fim de abril, os pagamentos realizados entre 24 de abril e 8 de maio ainda foram afetados devido ao fechamento antecipado da folha de pagamentos. A aceleração na justiça para viabilizar o uso dos bens apreendidos e garantir a compensação imediata é uma das prioridades do INSS, segundo Waller.
A iniciativa sinaliza um esforço do governo para restaurar a confiança dos segurados, ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio de lidar com o impacto financeiro e judicial gerado pela fraude.
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*Com informações Metrópoles