O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou, nesta quarta-feira (28), uma nova propaganda voltada ao público evangélico, associando a defesa da família a programas sociais do governo federal. No vídeo, Jorge Messias, advogado-geral da União e evangélico ligado à Igreja Batista, fala sobre sua fé e afirma que “a família é a base de tudo”. A mensagem, no entanto, vem acompanhada de ações que sugerem uma tentativa oportunista de recuperar a confiança de um público historicamente crítico às políticas do partido.
A peça publicitária exalta programas como o Minha Casa Minha Vida, Pé-De-Meia e a Política Nacional de Cuidados, mas ignora o histórico de atritos do PT com líderes evangélicos, especialmente em temas relacionados à educação sexual nas escolas e à desconstrução de valores tradicionais. Críticos apontam que a iniciativa soa como uma manobra eleitoral antecipada, diante da necessidade de atrair um segmento fundamental para as eleições de 2026.
Enquanto o vídeo exalta o papel da família e da fé cristã, o histórico de pautas defendidas pelo PT inclui ações que contradizem os valores da maioria das comunidades evangélicas. "Há uma desconexão evidente entre o discurso atual e as práticas adotadas pelo partido ao longo dos anos", criticou um analista político.
Além disso, a coincidência do lançamento do vídeo com o início do curso online “Fé e democracia para militância evangélica brasileira” reforça a percepção de que o partido busca mais formar cabos eleitorais do que promover um diálogo sincero com os evangélicos.
O lançamento ocorre em um momento de desgaste do PT com o eleitorado evangélico. Desde a campanha presidencial de 2022, o partido enfrenta dificuldades para conquistar a confiança desse segmento, que majoritariamente apoiou adversários políticos.
“É difícil enxergar autenticidade em uma campanha que se concentra em resgatar a imagem do partido, mas não aborda as questões sensíveis que afastaram o público evangélico nos últimos anos”, opinou um pastor batista, que preferiu não se identificar.
A tentativa de vincular programas sociais à fé cristã e à valorização da família pode ser vista como uma estratégia superficial, que ignora os anseios e preocupações reais dessa parcela da população. O governo parece mais preocupado em moldar sua narrativa do que em reavaliar ações que impactaram negativamente sua relação com os evangélicos.
A nova abordagem do PT será suficiente para reconquistar a confiança dos evangélicos? Especialistas sugerem que a resposta depende de mudanças concretas nas políticas e no diálogo do partido com esse público. Sem isso, as ações publicitárias podem ser vistas apenas como mais uma tentativa de remendar uma relação já desgastada.
Enquanto isso, o público evangélico observa com ceticismo o esforço do partido em reverter um histórico de desencontros com valores fundamentais de sua fé. O tempo dirá se o discurso oportunista do PT será capaz de ultrapassar as barreiras da desconfiança.
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*Com informações Pleno News