A partir de 2026, o ensino superior no Brasil passará por mudanças significativas em sua avaliação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) está desenvolvendo uma nova metodologia que introduzirá um fluxo trienal contínuo para análise de cursos em dez áreas de formação. O objetivo é aumentar a precisão na avaliação e respeitar as particularidades de cada campo de estudo.
O novo sistema será dividido em três fases ao longo de três anos. No primeiro ano, os estudantes participarão do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), cuja prova será mais detalhada e incluirá maior número de itens específicos por área. No segundo ano, as instituições de ensino superior (IES) deverão elaborar relatórios de autoavaliação com base nos resultados do Enade. Finalmente, no terceiro ano, uma comissão do Inep visitará as IES para verificar infraestrutura e outros aspectos qualitativos.
Durante o XVII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), realizado em Touros (RN), o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira, destacou a ampliação dos critérios e a especificidade das novas avaliações. Ele explicou que a proposta é baseada na Classificação Internacional Normalizada da Educação Adaptada para Cursos de Graduação e Sequenciais de Formação Específica do Brasil (Cine Brasil). “Precisávamos abordar as particularidades de cada curso para estabelecer padrões de desempenho mais precisos”, afirmou.
As primeiras áreas a serem avaliadas em 2026 serão saúde e educação, com mais duas a serem anunciadas. Outras seis áreas serão integradas ao processo em 2027 e 2028, completando o ciclo de dez áreas previstas.
Apesar da abrangência do novo sistema, o ensino a distância (EAD) inicialmente não terá metodologia específica, embora o Inep considere uma possível verificação por amostragem dos polos de ensino.
Antes de entrar em vigor, o novo modelo passará por consulta pública a partir de 18 de junho e por uma bateria de testes entre agosto e novembro. Essa transição visa garantir que as cerca de 2 mil instituições de ensino superior do país e seus mais de 46 mil cursos se adaptem ao novo fluxo avaliativo.
As expectativas são altas para a implementação do novo sistema, que busca aliar rigor técnico à diversidade do sistema educacional brasileiro.
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*Com informações Metrópoles