Segunda, 16 de Setembro de 2024
Publicidade

Manejo da cigarrinha-do-milho reduz prejuízos nas lavouras

Presença da cigarrinha pode acarretar perdas de até 100% da produção

15/03/2023 às 18h04
Por:
Compartilhe:
Não há no mercado nenhum inseticida para combater a praga
Não há no mercado nenhum inseticida para combater a praga

Apesar de ser uma praga comum nas lavouras brasileiras, a cigarrinha-do-milho tornou-se uma ameaça apenas nos últimos anos, causando prejuízo inestimável e constante preocupação aos produtores. Embora ainda não haja no mercado um inseticida capaz de eliminar a praga, existem formas de controlar o problema. Contudo, para maior efetividade, as medidas devem ser adotadas desde o início da cultura.

Continua após a publicidade
Anúncio

A presença da cigarrinha pode acarretar perdas de até 100% da produção, pois ela é responsável por transmitir a bactéria molicutes — causadora do enfezamento — resultando em desordens fisiológicas, nutricionais e bioquímicas nas plantas. A infecção com molicutes ocorre na plântula de milho em estágios iniciais do desenvolvimento.

Segundo o vice-presidente da Abramilho, Enori Barbieri, os produtores foram surpreendidos com o impacto da praga. “Fomos em busca de institutos de pesquisa e descobrimos que não havia controle químico para combater a cigarrinha”, explicou. Barbieri destaca ainda que, devido à falta de um inseticida eficaz, é essencial que as seguintes práticas sejam adotadas nas lavouras:

  1. A eliminação do milho voluntário ou tiguera é uma das medidas mais importantes para controlar a população de cigarrinhas. Durante o período da entressafra de milho, elas concentram-se nas plantas tigueras, reproduzem e transmitem o vírus para os insetos sadios.
  2. Deve-se evitar lavouras de milho em diferentes estágios de desenvolvimento uma vez que as cigarrinhas irão migrar das lavouras mais antigas para as mais novas, completando o seu ciclo e aumentando a sua população.
  3. Não há cultivares de milho resistentes ao complexo do enfezamento. Por isso, deve-se buscar variedades mais tolerantes aos efeitos do enfezamento.
  4. O tratamento de sementes irá aumentar a proteção das plantas de milho em seu estágio inicial. No entanto, ele não elimina a necessidade de controle com inseticidas caso haja uma população elevada do inseto na lavoura.
  5. Deve-se respeitar o calendário de semeadura de cada região para evitar a ponte verde. A ponte verde servirá para que os insetos continuem se reproduzindo e se espalhando, migrando de lavouras mais antigas para as mais novas.
  6. O monitoramento é fundamental para estimar a população do inseto na lavoura. Ao contrário das lagartas, o produtor deve fazer o monitoramento da cigarrinha durante os períodos mais quentes, momento em que o inseto está mais ativo.
  7. O produtor deve buscar a rotação de princípios ativos para controle da cigarrinha como os neonicotinóides, piretróides, metilcarbamatos e organofosforado. A utilização sistemática do mesmo princípio ativo reduz seu poder de controle e sua eficácia.
  8. É importante regular bem as colheitadeiras e equipamentos durante a colheita do milho para evitar perdas de espigas e grãos na lavoura. Dessa forma, se reduz significativamente a presença de milho espontâneo e tiguera que servirão de refúgio para a cigarrinha durante a entressafra.
  9. Evite a perda de grãos no transporte. Eles germinam nas estradas e dificultam o controle da cigarrinha, disseminando a praga ao longo das vias de escoamento.
  10. Não se deve fazer o plantio sucessivo de gramíneas, em especial milho após milho. Ainda que a cigarrinha se reproduza apenas neste cereal, outras lavouras de gramíneas servem de refúgio para a praga até a próxima safra do grão.

"As causas que favorecem a cigarrinha-do-milho acontecem no início da cultura, mas o produtor só sentirá o seu impacto no final", disse Barbieri.

Além das medidas citadas, Barbieri diz que é importante para o agricultor manter um acompanhamento dos institutos meteorológicos — pois a cigarrinha manifesta-se com mais frequência durante períodos mais quentes.

“É preciso ainda que a indústria se esforce ao máximo para disponibilizar uma maior quantidade de sementes tolerantes à praga. As empresas precisam se aliar ao produtor rural para reduzir o impacto causado nas plantações de milho”.

Continua após a publicidade
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Campo Grande, MS
21°
Tempo nublado

Mín. 17° Máx. 35°

21° Sensação
5.14km/h Vento
73% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
06h33 Nascer do sol
06h33 Pôr do sol
Ter 31° 17°
Qua 35° 19°
Qui 39° 22°
Sex 41° 26°
Sáb 41° 29°
Atualizado às 14h02
Economia
Dólar
R$ 5,51 -0,91%
Euro
R$ 6,14 -0,56%
Peso Argentino
R$ 0,01 -1,03%
Bitcoin
R$ 338,691,42 -3,89%
Ibovespa
134,956,75 pts 0.06%
Publicidade