Quinta, 12 de Junho de 2025

Mato Grosso do Sul lidera mobilidade social no Brasil, mas desafios persistem

Estado registra maior chance de jovens pobres alcançarem o topo da pirâmide econômica, mas índices ainda são modestos

10/06/2025 às 12h12
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Mato Grosso do Sul ocupa o primeiro lugar no ranking de mobilidade social do Brasil, conforme o Atlas da Mobilidade Social, lançado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS). O estudo revela que jovens nascidos entre os 25% mais pobres do estado têm 2,9% de chance de alcançar os 10% mais ricos, superando a média nacional de 1,8%.

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Apesar de ser líder nacional, o índice sul-mato-grossense reflete um sistema de oportunidades ainda restrito. Comparado a países desenvolvidos, onde as chances de ascensão ultrapassam 10%, o Brasil segue com "um elevador social de poucas vagas", segundo Paulo Tafner, diretor do IMDS.

Educação como entrave
O principal obstáculo à mobilidade social no Brasil é a baixa qualidade da educação pública. O IMDS destaca que jovens de famílias pobres que frequentam boas escolas públicas têm maior potencial de ascensão econômica. Contudo, nas regiões mais vulneráveis de MS, muitas crianças ainda enfrentam limitações em acesso e qualidade de ensino.

Pobreza em declínio
Dados do IBGE mostram avanços significativos em MS. Em 2023, o estado registrou uma redução de 25% na extrema pobreza, com programas como Mais Social, Energia Social, MS Supera e Incentiva+ sendo apontados como pilares dessa melhora.

A criação de empregos também contribuiu para o cenário: entre janeiro e novembro de 2024, MS gerou 26.776 novos postos de trabalho formais, com destaque para os setores de serviços, indústria e comércio.

Perspectivas
Embora o estado lidere a mobilidade social no país, desafios como a persistência da pobreza — que ainda afeta 19,3% da população sul-mato-grossense — e a necessidade de melhorias na educação básica indicam que o caminho para um modelo mais inclusivo de desenvolvimento é longo.

Mato Grosso do Sul pode ser um exemplo, mas a desigualdade estrutural do Brasil mostra que há muito a ser feito para que o "elevador social" atenda a todos.

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*Com informações Campo Grande News

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