Sexta, 13 de Junho de 2025
Publicidade

Haddad declara guerra aos privilégios fiscais: LCIs e LCAs sob nova taxação

Ministro critica concentração de benefícios e propõe mudanças para equilibrar contas públicas

11/06/2025 às 11h44
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O governo federal iniciou uma ofensiva contra as isenções fiscais que beneficiam as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), instrumentos que hoje geram uma renúncia fiscal estimada em R$ 41 bilhões por ano. Durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionou a eficácia desses incentivos, sugerindo que eles perpetuam desigualdades no sistema tributário.

Continua após a publicidade
Anúncio

Novo imposto e correção de rota

A proposta inclui uma taxação de 5% sobre os rendimentos desses títulos, considerada por Haddad não como um aumento de tributo, mas como uma “revisão necessária para corrigir distorções”. Paralelamente, o governo propõe unificar a tabela de tributação de investimentos em 17,5%, simplificando a estrutura fiscal e favorecendo o equilíbrio das contas públicas.

“Esses benefícios fiscais não estão chegando aos produtores. Cerca de 70% do valor fica retido entre bancos e intermediários financeiros. Estamos falando de cifras que poderiam sustentar programas sociais inteiros, como o Farmácia Popular, ou até triplicar investimentos do PAC”, argumentou o ministro.

O impacto no cenário atual

Com a Selic estabilizada em 15%, Haddad apontou que até o Tesouro Nacional enfrenta dificuldades para competir com esses títulos privados. Ele também destacou que o atual modelo privilegia grandes investidores, enquanto setores estratégicos da economia e programas sociais sofrem com cortes orçamentários.

Além disso, a Fazenda defende que a mudança pode abrir espaço para um debate mais transparente sobre o destino de recursos públicos e incentivar uma redistribuição mais justa no sistema financeiro.

Reações no Congresso

A proposta já começou a gerar resistência entre parlamentares ligados ao setor financeiro e ao agronegócio, que temem impactos no mercado de crédito. Porém, o ministro sinalizou que o diálogo será essencial para que o país enfrente seus desafios fiscais sem onerar diretamente a população.

“A discussão precisa ir além do interesse dos bancos. O Brasil precisa de um sistema tributário que funcione para todos, e não apenas para poucos”, finalizou Haddad, deixando claro que o embate está apenas começando.

Continua após a publicidade

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais. 

*Com informações Veja

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários