A inadimplência no Brasil alcançou níveis inéditos em 2025, com 76,6 milhões de consumidores em atraso, o que equivale a 47,1% da população adulta brasileira, segundo os dados mais recentes da Serasa Experian. Essa é a maior taxa já registrada desde o início da série histórica, em 2016, refletindo a pressão da inflação e o endividamento crescente das famílias.
Apesar de a maioria das dívidas em atraso ainda estar fora do setor financeiro (52,5%), houve uma leve retração na inadimplência de contas básicas, como água e luz, que passou de 21% em janeiro para 20,1% em abril. No varejo, o cenário também é de queda, com a taxa recuando de 9,9% para 9,6% no mesmo período.
Por outro lado, a inadimplência com instituições financeiras apresentou alta, representando agora 19,3% do total de dívidas em atraso, ante 18,1% no início do ano. Serviços não essenciais, como transporte e administração, também registraram crescimento, subindo de 10,9% para 11,6%.
Um exemplo marcante dessa tendência é a inadimplência em condomínios residenciais, que atingiu 17% no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a uCondo. Esse é o maior índice desde o início da série histórica, em 2022, e representa um salto significativo em relação aos 12% registrados no mesmo período de 2024.
Segundo a plataforma, que atende 6 mil condomínios e 560 mil usuários, o aumento está diretamente ligado ao reajuste das taxas condominiais — que passaram de uma média de R$ 493,81 em 2024 para R$ 507,51 neste ano — e à inflação persistente, que reduz o poder de compra das famílias.
"A inflação está impactando bastante o consumidor. O poder de compra diminui muito com a inflação no nível atual, e as pessoas estão tendo de escolher o que pagar e como pagar", explica Monica Seabra, especialista em educação financeira da Serasa.
Com o cenário econômico desafiador, especialistas alertam para uma tendência de continuidade no aumento da inadimplência, o que exige atenção tanto dos consumidores quanto das instituições financeiras e de serviços.
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*Com informaçoes O Estadão