Segunda, 08 de Setembro de 2025
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MS registra 80 suicídios juvenis em 2025 e busca ampliar diálogo sobre saúde mental

Dados alarmantes revelam que o suicídio já é a quarta causa de morte entre jovens no Estado, impulsionando ações no Setembro Amarelo.

08/09/2025 às 08h34
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Mato Grosso do Sul enfrenta um grave problema de saúde pública: desde o início do ano, 80 adolescentes e jovens perderam a vida por suicídio. A estatística, divulgada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), coloca o tema no centro das discussões do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção e ao debate sobre saúde mental.

No Estado, o suicídio já aparece como a quarta principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Leis e mobilização no Parlamento

Na Assembleia Legislativa, o tema ganhou espaço com iniciativas que transformaram o Setembro Amarelo em uma política permanente. O deputado Antonio Vaz (Republicanos) é responsável pela lei que instituiu a Semana de Prevenção e Combate à Violência Autoprovocada, enquanto a deputada Mara Caseiro (PSDB) criou legislações que ampliaram a visibilidade da campanha, levando-a também para as escolas.

Para Mara, a escola é um espaço essencial na prevenção. “Precisamos envolver alunos, professores e famílias em atividades que sensibilizem e promovam o diálogo. Não basta limitar a discussão a audiências ou palestras ocasionais”, destaca.

Ações de acolhimento e apoio psicológico

Além do Legislativo, outras frentes atuam na prevenção. Na UFMS, o projeto “Acolhimento em saúde mental” já realizou mais de 300 atendimentos desde 2024, oferecendo apoio gratuito para jovens em situação de vulnerabilidade, tanto presencialmente quanto de forma online.

O Tribunal de Justiça de MS também atua com a Justiça Restaurativa Escolar, que promove rodas de conversa sobre bullying, violência e automutilação em diferentes municípios. A proposta é fortalecer vínculos e transformar o ambiente escolar em espaço de acolhimento.

Juventude em pauta

A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Juventude, mantém o programa Inspira Jovem, que já alcançou mais de 30 mil participantes em todo o Estado, incluindo comunidades indígenas. O objetivo é criar espaços de liderança juvenil e incentivar reflexões sobre identidade, maturidade emocional e preservação de direitos.

O papel das famílias

Para a psicóloga Thaís Marcela Mota, a falta de diálogo em casa é um dos maiores agravantes. “Os jovens estão cada vez mais expostos a emoções intensas e ao excesso de informações. Quando não encontram escuta dentro da família, o sofrimento se aprofunda. Conversar, acolher e validar os sentimentos pode ser decisivo”, explica.

Um chamado à ação

Os números revelam um cenário preocupante, mas também mostram um Estado mobilizado em diferentes frentes – do Parlamento às universidades, passando pela Justiça e pela sociedade civil. O Setembro Amarelo, neste contexto, não é apenas uma campanha simbólica, mas um convite para que famílias, instituições e comunidades se unam em defesa da vida dos jovens.

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