A possível nomeação de Sérgio de Paula, ex-chefe da Casa Civil e braço político do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), para o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE/MS) reacendeu críticas sobre moralidade e a independência do órgão.
A vaga será aberta em 30 dias, com a aposentadoria compulsória do conselheiro Jerson Domingos, que atingirá 75 anos. Apesar de ser apontado como favorito, De Paula enfrenta resistência de parlamentares e é alvo de questionamentos devido à sua ligação estreita com prefeituras do PSDB, muitas delas investigadas por denúncias de corrupção.
Além disso, seu filho atua como assessor em municípios ligados ao grupo político do pai, o que aumenta os temores de potencial conflito de interesses caso De Paula assuma a cadeira e precise fiscalizar essas mesmas administrações.
O TCE/MS já atravessa um período de crise. Nos últimos meses, quatro dos sete conselheiros foram afastados por investigações da Polícia Federal, e um deles, Ronaldo Chadid, tornou-se réu, deixando o tribunal sob intenso escrutínio público.
Com a aposentadoria de Domingos, a Assembleia Legislativa criará uma comissão especial para analisar os candidatos. Embora deputados possam se candidatar, bastidores indicam acordo para que a vaga fique com um nome do grupo governista. Após aprovação em sabatina, o governador Eduardo Riedel (PSDB) nomeará o novo conselheiro, que terá vencimentos acima de R$ 35 mil mensais e cargo vitalício.
Especialistas e servidores alertam que a escolha de De Paula pode agravar a desconfiança sobre a imparcialidade do TCE/MS, em um momento em que o tribunal busca reconstruir sua credibilidade após recentes escândalos.
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*Com informações Pauta Diária