O projeto da anistia teve seus primeiros contornos definidos durante um jantar no domingo (14), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o governador Tarcísio de Freitas. O encontro ainda contou com a participação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e foi decisivo para organizar a pauta da semana seguinte na Casa.
Fontes presentes relatam que Motta assumiu o compromisso de pautar a urgência do projeto, mas deixou claro que atuaria apenas para reduzir penas, sem abrir espaço para uma anistia ampla. A decisão levou o PP a recuar da tentativa de emplacar o deputado Tião Medeiros (PP-PR) como relator da proposta.
O jantar também resultou na desistência de Tarcísio de viajar a Brasília na segunda-feira (15), alegando que o encaminhamento da anistia já estava garantido. Ao longo da semana, o governador acompanhou de perto os desdobramentos, enquanto partidos aliados só confirmaram os votos pela urgência na véspera da votação.
O requerimento de urgência foi aprovado com folga: 311 votos a favor e 163 contra, superando os 257 necessários. Apesar do placar, o Centrão sinalizou que não apoia necessariamente uma anistia ampla e irrestrita que beneficie diretamente Jair Bolsonaro.
O relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), reforçou que seu parecer não prevê anistia total, deixando a decisão final a cargo do plenário. O episódio evidencia a articulação política meticulosa que envolve Congresso, governadores e partidos, mantendo a oposição em alerta diante de uma estratégia cuidadosamente planejada.
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*Com informações Metrópoles