Sábado, 13 de Dezembro de 2025
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Fux sacode o STF e quer assumir julgamento de núcleos da trama golpista

Ministro pede transferência para a Segunda Turma e ameaça redefinir desdobramentos do caso que envolve ex-assessores e militares

22/10/2025 às 10h52
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O ministro Luiz Fux decidiu movimentar o tabuleiro do Supremo Tribunal Federal (STF) e solicitou ao presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, autorização para participar dos julgamentos dos núcleos 2 e 3 da investigação sobre o suposto plano golpista. Para isso, encaminhou pedido ao presidente do STF, Edson Fachin, para se transferir da Primeira para a Segunda Turma, que atualmente conta com uma vaga aberta após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

Autor das divergências nos núcleos 1 e 4, Fux busca votar nos processos restantes antes da mudança, ampliando seu peso nas decisões que envolvem figuras centrais do caso. A Segunda Turma hoje é formada por Gilmar Mendes (presidente), Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça, enquanto a Primeira Turma conta com Flávio Dino (presidente), Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

O núcleo 2 é acusado de arquitetar mecanismos para sustentar o suposto golpe de Estado, envolvendo Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro; Marcelo Câmara, ex-assessor; Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF; Mário Fernandes, general do Exército; Marília de Alencar, ex-subsecretária de Segurança do DF; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário adjunto da Segurança do DF. Filipe Martins é alvo de controvérsia sobre registros de viagem nos EUA, com acusações de falsificação por parte da Polícia Federal, enquanto ele sustenta que o caso está sendo investigado pelo FBI.

O núcleo 3 reúne oito militares e um policial federal, incluindo integrantes do controverso grupo conhecido como “Kids Pretos”, apontado por atuar nas articulações do plano golpista: coronel Bernardo Romão Correa Netto, general Estevam Theophilo, coronel Fabrício Moreira de Bastos, tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, coronel Márcio Nunes de Resende Júnior, tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o policial federal Wladimir Matos Soares.

A movimentação de Fux é vista como uma manobra estratégica que pode redesenhar o rumo dos julgamentos e influenciar o desfecho de um dos casos mais sensíveis da política brasileira nos últimos anos. Especialistas alertam que a mudança ameaça alterar a dinâmica das turmas, gerar atritos internos e aumentar a pressão política sobre os ministros, mantendo o país em alerta sobre os desdobramentos da trama golpista.

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*Com informações Gazeta do Povo

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