O diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, informou que empresas brasileiras já negociam as primeiras exportações de milho para a China, previstas para começar em dezembro.
Ainda não há confirmação de embarques programados, mas com o mercado chinês aberto, basta as empresas fecharem negócio, afirma o diretor.
“O mercado está aberto e quando o mercado se abre, já é permitido iniciar a exportação. Nessa primeira leva, temos uma lista de mais de 150 empresas no Brasil aprovadas para negociar”, afirma Silveira, referindo-se à lista divulgada pela alfândega chinesa, que inclui desde cooperativas a grandes multinacionais do setor.
A liberação de compras de milho brasileiro pela China vem movimentando empresas e cooperativas, que estão se estruturando para esse novo mercado.
Oferta e demanda
Nas projeções do Ministério da Agricultura (Mapa), a China deve importar, no total, em torno de 18 milhões de toneladas de milho no ano-safra 2022/2023.
As exportações totais do Brasil relativas ao mesmo ciclo são projetadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 45 milhões de toneladas.
“Se a China confirmar as importações - o que é muito provável -, daremos um salto de 5% nessa projeção, com 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas a mais neste ano”, analisa Pereira. “Depois vai aumentando. Aos poucos, é um mercado que se abre”, acrescenta Silveira, da Abramilho.
Oferta e demanda de milho no Brasil
No mercado interno, pelo menos por enquanto, ainda não é visto com grande preocupação por compradores do grão brasileiro. Executivos da BRF acreditam que não devem influenciar, disse Silveira.
"A gente entende que isso (a importação de milho brasileiro pelos chineses) não deve ter influência nos preços, porque em termos relativos isso não exercerá uma mudança em relação ao que é a exportação de milho do Brasil, em relação à safra total", disse, na ocasião, o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Fábio Mariano.
Exigências fitossanitárias
O protocolo de exportações de milho para a China prevê o cumprimento de normas desde o plantio a colheita da safra, mas a China abriu mão de requisitos fitossanitários para a exportação do milho brasileiro, neste ano, já que muitas das exigências não poderiam mais ser cumpridas com a safra em andamento.
A lista de exportadores e armazéns portuários já estão aprovados para negociar o grão com a China, através do Ministério da Agricultura, que avalia às condições e aos padrões de qualidade chineses.
O produtor brasileiro já aplica medidas de controle para outros países, como: Japão, Egito e Grécia, e já exporta milho.
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