Sábado, 07 de Setembro de 2024

MS será o 1º Estado do País a ter mapas para orientar atividades agropecuárias

Com as culturas mais adequadas em cada município, reduzirão as perdas

29/03/2023 às 12h02
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O Zoneamento Agroecológico de MS será o primeiro do Brasil
O Zoneamento Agroecológico de MS será o primeiro do Brasil

Mato Grosso do Sul desenvolve um extenso estudo para orientar o plantio de culturas em cada município, reduzindo as possibilidades de perdas em decorrência de problemas climáticos ou inadequação do solo e aumentando consideravelmente a quantidade e qualidade dos produtos colhidos.

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Um dos produtos já entregue é o Mapa que mostra a capacidade de retenção de água de cada solo.

O Zoneamento Agroecológico de Mato Grosso do Sul será o primeiro do Brasil nesse nível de detalhamento, assegura o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o que coloca o Estado na vanguarda do uso da tecnologia como parceira da agroecologia.

“O Zoneamento Agroecológico vai permitir que o agricultor saiba em que época do ano e em qual localidade o solo é apropriado para plantar algodão, ou melancia, ou ainda frutas, considerando não só as características do solo, mas a capacidade de retenção de água, a distribuição de chuvas durante o ano. Isso aumenta muito a chance de acertar. Ou seja: permite estimar o risco climático e otimizar o plantio das diferentes culturas agrícolas. O Estado terá um calendário agrícola de alta precisão”, ponderou Verruck.

O Governo do Estado, através da Semadesc, firmou convênio com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para realizar as análises de solo, fazer o cruzamento de informações e desenvolver as ferramentas para disponibilizar esses dados ao público.

Esse convênio é de 2016 e compreende a segunda parte do estudo que abrange a Bacia do Rio Paraná. Na Bacia do Rio Paraguai o trabalho de campo já havia sido feito entre os anos de 2004 e 2008, mas não teve prosseguimento, sendo retomado oito anos depois.

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Mapeamento de Solo

Para se chegar a essa gama de informações, o território sul-mato-grossense foi dividido pelo tipo de solo predominante e indicado locais onde deveria ser feita coleta de amostras para submeter a análises.

Na Bacia do Rio Paraguai foram feitas coletas em 1.160 pontos e na Bacia do Rio Paraná, outras 1.400 coletas, conta o engenheiro agrônomo Carlos Henrique Lemos Lopes, responsável técnico pelo projeto na Semadesc.

Todo material coletado foi encaminhado ao Laboratório de Solos da Faculdade de Agronomia da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP de Piracicaba (SP) para se definir as características físicas e químicas de cada solo.

Amostras serão analisadas também no Laboratório da Embrapa Solos do Rio de Janeiro, onde serão verificadas a densidade, permeabilidade e capacidade de infiltração de água e também o estoque de carbono orgânico existente no solo. 

Na Bacia do Rio Paraguai foram abertas 250 trincheiras e na Bacia do Rio Paraná estão sendo abertas outras 300. Cabe ressaltar que não foram coletadas amostras do solo da planície pantaneira, que é Área de Uso Restrito estipulada por lei, sendo proibida a exploração de diversas atividades econômicas – inclusive agrícolas.

Os pesquisadores da Embrapa Solos juntarão as informações das características do solo e capacidade de retenção de água com outros dados já disponíveis sobre condições climáticas, temperaturas, risco de geadas, etc, e desenvolverão estudos indicando quais as culturas são indicadas em cada município e as melhores datas para plantio.

Os trabalhos de campo são desenvolvidos pela equipe técnica própria Semadesc, em parcerias com a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), prefeituras e sindicatos rurais.

A previsão é de que até setembro os trabalhos de coleta de amostras e análises de solo sejam concluídos, devendo em seguida serem finalizados os estudos e elaborada a versão final do Zoneamento Agroecológico, que estará à disposição do público.

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