
O Brasil não assinou a declaração final da cúpula pela paz na Ucrânia, realizada neste fim de semana em Lucerna, na Suíça. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não comparecer ao evento, justificando que a cúpula não alcançaria seu objetivo de promover a paz sem a inclusão dos russos nas negociações. Em seu lugar, a embaixadora do Brasil na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi, participou do encontro.
Além do Brasil, outros países como Arábia Saudita, México, Índia, África do Sul e Indonésia participaram apenas como observadores e não assinaram a declaração final. Entre os signatários do documento estão 80 nações, assim como a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa.
O comunicado final da cúpula reafirma a integridade territorial da Ucrânia e apela pela troca de prisioneiros de guerra e o retorno das crianças sequestradas pela Rússia. “Estamos em guerra, não temos tempo, então o trabalho para a próxima reunião deve levar meses, não anos. Quando estivermos prontos, haverá uma nova cúpula e alguns países já se ofereceram para acolher”, declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Na sexta-feira, 14, o presidente russo Vladimir Putin propôs um cessar-fogo na Ucrânia sob a condição de que Kiev retirasse suas tropas das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas pela Rússia em 2022, e abandonasse seus planos de adesão à OTAN. Essas condições, consideradas uma exigência de rendição da Ucrânia, foram prontamente rejeitadas por Kiev, pelos Estados Unidos e pela OTAN.
A diplomacia brasileira, entretanto, continua a enfatizar a necessidade de negociações para a paz, defendendo uma solução que considere as demandas russas. Lula tem feito várias declarações controversas sobre o conflito, inclusive responsabilizando o governo ucraniano pela guerra e criticando o apoio ocidental a Kiev, o que ele acredita estar prolongando o conflito. Estas declarações alinham-se à narrativa do Kremlin sobre a guerra.
O Brasil e outros países que se abstiveram de assinar o documento final da cúpula destacam a complexidade e as divisões internacionais em torno do conflito na Ucrânia, evidenciando os desafios na busca por uma resolução pacífica e negociada.
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*Com informações Terra Brasil