A Polícia Federal (PF) desmantelou um esquema de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), culminando na Operação Ultima Ratio, que resultou no afastamento de cinco desembargadores, incluindo o presidente da corte, Sérgio Fernandes Martins, e o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues. O advogado Felix Jayme Nunes da Cunha é apontado como o intermediário nas negociações de venda de sentenças.
De acordo com o relatório da PF, Felix teria recebido R$ 1,1 milhão em 2017 da empresa Florais Transporte, de propriedade de Andreson de Oliveira Gonçalves, um empresário conhecido por atuar como lobista em Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação destaca que Felix não tinha uma justificativa clara para o recebimento dessa quantia, já que não aparece como advogado da empresa em processos judiciais.
Mensagens de WhatsApp trocadas entre Brito Rodrigues e Andreson indicam uma relação próxima, onde o lobista enviava extratos de processos ao desembargador, que, por sua vez, solicitava a impressão de votos relacionados a casos de alto valor. A PF considerou esses indícios como provas de que o desembargador poderia estar recebendo propina.
Além disso, a investigação revelou que Andreson está sendo investigado em outro caso relacionado à compra de sentenças no STJ. Áudios obtidos pela PF, após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, expõem a dinâmica de pagamento por decisões judiciais, sugerindo um esquema de corrupção em larga escala.
A reportagem tentou contato com Felix Jayme para comentários, mas até o fechamento da matéria, não houve retorno. As investigações continuam em andamento, com a expectativa de que mais detalhes sobre esse esquema sejam revelados nos próximos dias.
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*Com informações Midiamax