Quarta, 02 de Julho de 2025

Polêmica envolvendo professora trans pode parar na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa

Vereador acusa deputado de transfobia após críticas sobre acolhimento pedagógico, e processo pode ser aberto na Assembleia

12/02/2025 às 11h37
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Uma polêmica envolvendo a professora trans Emy Santos está gerando discussões intensas e pode resultar em um processo na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A controvérsia começou após o deputado João Henrique Catan (PL) criticar a atitude da educadora, que se fantasiou de Barbie para dar as boas-vindas aos alunos.

O vereador Jean Ferreira (PT) reagiu às declarações de Catan, acusando-o de transfobia e afirmando que o deputado cometeu um crime ao atacar a professora trans publicamente. "O deputado João Henrique Catan usou a transfobia como arma política, atacando publicamente a professora Emy Santos. Isso não é só irresponsável, é criminoso", disse Ferreira, acrescentando que protocolará uma moção de repúdio e buscará acionar a Comissão de Ética da Assembleia.

Em sua fala, Catan utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar o acolhimento realizado pela professora, afirmando que sua atitude era "doutrinação" e violava princípios éticos e morais. O deputado pediu respostas urgentes do poder municipal, alegando que a ação da professora teria violado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Por outro lado, Emy Santos, professora de teatro e dança, defendeu seu gesto pedagógico, esclarecendo que outras colegas também se fantasiaram para receber os alunos e anunciou que tomará medidas legais contra os envolvidos.

A situação gerou novos debates na Assembleia, especialmente com a intervenção do deputado Pedro Kemp, que criticou a exposição pública da professora e apontou que discursos moralistas como o de Catan contribuem para o aumento da violência contra pessoas LGBTQIA+. Kemp ainda ressaltou a importância de se focar em problemas mais urgentes, como os abusos sexuais contra crianças.

João Henrique Catan, por sua vez, defendeu suas palavras, alegando que não teve a intenção de atacar a professora e ressaltou que, caso a professora fosse uma mulher com "roupa adequada", ele faria o mesmo questionamento. O deputado também afirmou que não é preconceituoso, citando um projeto de sua autoria que permite que homossexuais doem sangue.

A discussão continua acirrada, e o desdobramento do caso pode levar a medidas judiciais e políticas nos próximos dias.

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*Com informações Investiga MS

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