Quarta, 12 de Março de 2025

Jovem de 23 anos enfrenta descaso na Deam após relatar estupro coletivo

Após horas de espera, vítima não consegue fazer exame de corpo de delito devido ao horário de atendimento encerrado

07/03/2025 às 10h46
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Uma jovem de 23 anos procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) na manhã desta quinta-feira (6) para registrar um boletim de ocorrência, denunciando um estupro coletivo que teria ocorrido na madrugada de domingo (2) para segunda-feira (3), durante uma festa. No entanto, após passar seis horas aguardando, ela foi informada de que não poderia realizar o exame de corpo de delito, pois o atendimento já havia sido encerrado devido ao horário.

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A jovem chegou à delegacia às 11h58 e só conseguiu sair às 17h, após ter sido orientada a retornar no dia seguinte para a realização do exame, essencial para a investigação do crime. De acordo com seu relato, ela recebeu um cigarro na festa e, após fumá-lo, não lembra mais do que aconteceu. Ela foi encontrada inconsciente, sangrando e com dor na região íntima, no quintal da casa de sua mãe. Em estado de choque, a jovem tentou tirar a própria vida ingerindo uma grande quantidade de medicamentos e precisou ser encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Somente nesta quinta-feira, com um pouco mais de condições emocionais, ela conseguiu se dirigir à delegacia para registrar a ocorrência e passou pelo serviço psicossocial. No entanto, sem o exame de corpo de delito, ela precisou ser orientada a voltar no dia seguinte. Já no final da tarde, ela foi encaminhada ao Caps (Centro de Atendimento Psicossocial), pois o protocolo da UPA exige que pacientes com tentativas de suicídio sejam encaminhados ao local.

Em março do ano passado, a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, esteve em Campo Grande para inaugurar a segunda unidade do Instituto de Medicina Legal (Imol), com a promessa de que o atendimento à Deam aconteceria das 7h às 13h e das 19h às 1h, de segunda a sexta-feira. No entanto, relatos como o da jovem e de uma dona de casa de 42 anos, que também passou horas esperando para ser atendida na Deam, levantam questionamentos sobre a efetividade do sistema de atendimento às vítimas de violência.

Além disso, a reunião geral das gerências da Casa da Mulher Brasileira, realizada nesta quinta-feira (6), discutiu melhorias no atendimento, mas a unidade de Campo Grande não foi o foco da reunião, segundo a secretária-executiva da Mulher, Angélica Fontanari.

O caso e os relatos de demora no atendimento geram preocupações sobre a eficácia da Deam e a segurança das mulheres que buscam ajuda nessas situações tão delicadas.

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*Com informações Campo Grande News

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