Quarta, 12 de Março de 2025

Operação Occulto: Fraude milionária em contratos de saúde é desvendada com prisão de ex-coordenador da Apae

Investigação revela esquema de lavagem de dinheiro e desvio de R$ 8 milhões destinados a pacientes ostomizados em Mato Grosso do Sul

10/03/2025 às 10h43 Atualizada em 10/03/2025 às 10h46
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Na manhã desta segunda-feira (10), a 29ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público, com apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), deflagrou a Operação Occulto, que visa desarticular um esquema de desvio de recursos públicos que pode ultrapassar a marca de R$ 8 milhões. O ex-coordenador da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Campo Grande, Paulo Henrique Muleta Andrade, foi o principal alvo da operação, junto com outros investigados.

Continua após a publicidade
Anúncio

Segundo apuração do Ministério Público, desde 2021, o ex-coordenador, em parceria com outros envolvidos, usou empresas de fachada para simular vendas de produtos à rede pública de saúde. Os recursos desviados, repassados pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, deveriam ser usados para atender pacientes ostomizados, mas acabaram sendo desviados para fins pessoais. A fraude, que se estendeu por dois anos, foi intensificada com práticas de lavagem de dinheiro, para ocultar os rastros da corrupção.

A operação também revelou um esforço dos envolvidos para obstruir as investigações. Um dos investigados, mesmo com medidas cautelares em andamento, tentou esconder cerca de R$ 500 mil de sua posse, burlando uma ordem judicial de sequestro de bens. O nome da operação, "Occulto", faz referência à tentativa de esconder os valores desviados, e ao pedido de cidadania italiana feito por Paulo Henrique, que indicaria a intenção de deixar o país.

As investigações indicam que o esquema teve início em 2019, quando mensagens interceptadas mostraram que Paulo Henrique estava recebendo propina de 4% sobre as transações feitas com a Apae. A continuidade dessa prática criminosa foi confirmada pelas trocas de mensagens entre 2021 e 2022, que revelaram o comprometimento dos envolvidos.

Este desdobramento da Operação Occulto segue um precedente da Operação Turn Off, que também investigava fraudes envolvendo a Apae, com a participação de Paulo Henrique Muleta Andrade e outros suspeitos. O Ministério Público continua com o trabalho de desmantelar essa rede de corrupção, que envolvia a entidade e desviava recursos fundamentais para a saúde pública.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais. 

*Com informações Investiga MS

Continua após a publicidade
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários