A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (8), uma operação para desarticular um esquema sofisticado de grilagem de terras públicas no Pantanal sul-mato-grossense. A ação, batizada de Operação Pantanal Terra Nullius, revelou fraudes envolvendo a emissão de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) e a comercialização ilegal de terras pertencentes à União.
Com a participação de empresários e fazendeiros, o esquema contava com o apoio de servidores da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (Agraer). Os envolvidos falsificavam documentos que eram incluídos em processos administrativos, garantindo a titularidade de áreas localizadas no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, mesmo sem autorização legal.
A investigação aponta que, ao ocultar a origem pública das terras, os criminosos conseguiam concluir o processo de titularização de forma irregular. Quando a fraude era descoberta durante o trâmite, os pedidos eram anulados com justificativas técnicas, evitando a exposição dos envolvidos.
Durante a operação, a PF cumpriu dez mandados de busca em Campo Grande e um em Rio Brilhante. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que podem ultrapassar R$ 3 milhões, reforçando o impacto econômico da ação criminosa.
Os acusados enfrentarão uma série de acusações, incluindo falsidade ideológica, associação criminosa, usurpação de bens públicos e infrações ambientais. A operação também investiga a possibilidade de pagamento de propinas para garantir a tramitação dos processos fraudulentos na Agraer.
O caso destaca a luta contra a exploração ilegal de terras no Pantanal, um dos biomas mais ricos e ameaçados do país. A Polícia Federal reforçou seu compromisso em proteger o patrimônio público e combater práticas que prejudicam o meio ambiente e a sociedade.
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*Com informações Investiga MS