Quinta, 19 de Junho de 2025
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Automedicação com remédios para perda de peso possui riscos

O uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento preocupa profissionais da saúde e pode causar efeitos adversos graves a longo prazo, princi...

18/06/2025 às 17h39
Por: WK Notícias Fonte: Agência Dino
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Joana Borba
Joana Borba

Substâncias que se tornaram famosas como liraglutida (Saxenda), semaglutida (Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), originalmente aprovadas para o tratamento do diabetes tipo 2 e, posteriormente, para a obesidade, se tornaram populares fora do ambiente clínico. Seu uso tem sido frequentemente promovido por influenciadores digitais, sem qualquer menção aos riscos associados. Embora esses medicamentos apresentem evidências de eficácia no controle do peso, seu uso requer avaliação criteriosa, histórico clínico detalhado e monitoramento médico constante. Fora desse contexto, os efeitos adversos podem ser significativos, incluindo náuseas intensas, vômitos, pancreatite, alterações severa no apetite e perda de massa muscular.

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Segundo o médico Gabriel Resende, o cenário é alarmante. “O emagrecimento seguro e eficaz exige individualização e acompanhamento médico — e nunca deve começar por conta própria”, afirma. “Temos recebido em consultório um número crescente de pacientes que iniciaram o uso dessas substâncias por indicação informal e hoje sofrem com distúrbios metabólicos, gastrointestinais e até psiquiátricos”. Para o especialista, a popularização das chamadas "canetas para emagrecer" reflete um desejo social por resultados imediatos, muitas vezes negligenciando o cuidado com a saúde a longo prazo.

Segundo dados da pesquisa Vigitel 2023, publicada pelo Ministério da Saúde, a prevalência do uso de remédios para emagrecer sem prescrição médica cresceu, especialmente entre mulheres de 18 a 34 anos, revelando uma tendência preocupante. A automedicação, além de ineficaz em muitos casos, pode gerar efeitos adversos relevantes e até quadros clínicos graves.

Além dos efeitos físicos, a automedicação está associada a agravamento de quadros psicológicos, como ansiedade e compulsão alimentar especialmente entre adolescentes e adultos jovens. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o uso não supervisionado de medicamentos para emagrecimento entre adolescentes pode ser considerado uma nova forma de comportamento de risco. 

 

Não se pode deixar de falar da proliferação de medicamentos falsificados no mercado.  A compra por meios informais, como marketplaces e redes sociais, agrava ainda mais o risco de intoxicação, reações adversas graves e até morte. "Além disso tem se visto uma alarmante e crescente quantidade de divulgação em redes sociais por influenciadores o que acaba gerando uma banalização do uso, muitas vezes sem qualquer avaliação clínica prévia", cita o Dr Gabriel Resende

De acordo com diretrizes atualizadas da American Diabetes Association (ADA), o uso de medicamentos para emagrecer deve estar sempre vinculado a um plano estruturado de tratamento, que inclua reeducação alimentar, prática de atividade física e apoio psicológico, sendo contraindicado como solução isolada.

“A obesidade é uma condição médica complexa que exige abordagem científica, ética e humanizada. Não existe atalho seguro. O medicamento pode ser um recurso valioso, mas jamais deve ser a primeira ou única estratégia”, enfatiza o Dr. Gabriel Resende. Para ele, o papel da informação e da educação em saúde é essencial para proteger a população dos riscos da automedicação e da influência irresponsável nas redes sociais.

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